Por thiago.antunes
Rio - Duas novas Unidades de Polícia Pacificadora serão inauguradas nesta segunda-feira. As comunidades contempladas serão o Complexo do Lins e a Camarista Méier. No entanto, além da polícia, os moradores esperam que serviços básicos que nunca chegaram, enfim, apareçam. Falta de água, esgoto e pavimentação nas ruas de terra são as principais reclamações.
Mas há quem duvide que o saneamento básico na comunidade irá melhorar. Segundo relatam moradores, desde que a polícia ocupou a comunidade Camarista Méier, em 2010, com um destacamento do 3º BPM (Méier), e em outubro desde ano, com a entrada das Forças Especiais da Polícia Militar, serviços como da Comlurb, Light e Cedae se limitaram apenas à parte baixa da favela.
Policiais e crianças no alto do morro%3A aproximação com a população vem se dando aos poucos na favelaJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

A região mais alta, conhecida como Ouro Preto, concentra os maiores problemas do Camarista Méier. Segundo o cozinheiro Valdecir Souza Lima, de 47 anos, o que mais incomoda é a falta de luz. Por não ter energia elétrica em casa, Valdecir conta que é necessário fazer ligações clandestinas, que nunca se sustentam. Por isso, sempre falta luz. 

“Está chegando o verão e, nesse calor, não podemos nem ligar o ar condicionado porque a rede não aguenta. Nossa ligação é clandestina não por nossa vontade, mas porque a Light não vem aqui. Se instalarem, nós pagamos”, conta o cozinheiro. 

Emaranhado de fios e canosJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

O repórter comunitário André Luiz Bezerra também cobra melhorias. Segundo ele, falta interesse político em investir na comunidade. Conforme conta, muitos políticos já foram ao Camarista com suas promessas, mas nada foi feito. “Não acho que algo vá mudar. Acompanho as UPPs e nelas ainda faltam muitos serviços”, contou André.

Sem água, favela cria o ‘bombódromo’

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A falta de água é um dos principais problemas da comunidade. Para contornar a situação, os moradores improvisaram. Compraram bombas e canos, que passam próximo do esgoto, para puxar água de um poço artesiano. Apenas quem mora na parte baixa da comunidade possui água encanada.
Moradores da parte mais alta, mesmo pagando IPTU, não têm água em suas torneiras. Eles precisam ligar as bombas a cada três dias para encher as caixas. 
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