Por tamyres.matos
Rio - Abandonados pelo antigo dono, 15 gatos foram resgatados em operação da Secretaria Municipal de Promoção e Defesa dos Animais (SMPDA) e Delegacia de Meio Ambiente na manhã de ontem. Os bichos estavam famintos, feridos e trancados no prédio do antigo Mercado do Lar, em Todos os Santos, na Zona Norte, desde que o estabelecimento faliu, há cerca de um mês. O dono do mercado, que não teve o nome divulgado pela polícia, vai responder em liberdade por maus tratos, mas pode até ser preso por um ano.

Rafael Aloísio Freitas, secretário da SMPDA, disse que a cidade do Rio tem vários outros casos de abandonos de animais. “Se não fossem os vizinhos, que alimentavam os bichos, eles já estariam mortos. A cidade está cheia de exemplos como esse. É uma prática irresponsável, cruel. Chegamos a eles por meio de denúncias e eles estavam em um ambiente totalmente insalubre. As pessoas que têm contato com eles estão sujeitas a doenças”, criticou Freitas.

Segundo moradores%2C o Mercado do Lar chegou a ter 40 gatos confinadosDivulgação

O Mercado do Lar foi interditado pela 5ª Vara Empresarial da Justiça Judiciária. O dono foi intimado a depor na Polícia Civil. Caso seja indiciado, além da possibilidade de ser preso, ele pagará multa. Segundo Freitas, os animais foram levados para a Fazenda Modelo, em Guaratiba, na Zona Oeste, após ser avaliados por um veterinário. Ainda de acordo com ele, os gatos adultos serão castrados e poderão ser adotados por quem procurar a prefeitura.

A Polícia Civil investiga, depois de denúncias, se o dono do Mercado do Lar mantinha os gatos para evitar a proliferação de ratos no estabelecimento, o que também configura crime contra a saúde pública. Segundo vizinhos, o local já teve cerca de 40 felinos, mas muitos conseguiram escapar depois que o mercado faliu. Alguns teriam morrido de fome ainda lá dentro.
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A dona de casa Elisabete Carvalho, 49, vizinha do prédio, dava comida aos bichos com pena deles. “Eu e outros dávamos comida para eles pela grade. Deve ter gatos mortos lá dentro”, disse.