Por thiago.antunes

Rio - O presidente da Comlurb Vinícius Roriz recomendou aos cariocas que guardem seu lixo em casa, se tiverem condições: “Quem ver que a coleta não passou corretamente que recolha novamente, se tiver condições para acondicionar o seu lixo. Aquele que não tem condição, que deixe ali. Nós estamos monitorando esses pontos para normalizar o mais rápido possível”, disse.

Segundo o presidente da Comlurb, só ontem, de 65% a 70% do lixo apresentado na cidade foram recolhidos, o que representa de 5 a 6 mil toneladas. Ele disse ainda que no fim de semana a operação será normalizada. 

Apesar de ter adesão de aproximadamente 300 funcionários, a greve atinge 30% do efetivo, ou seja, 1.200 garis. Dos 21 mil funcionários da Comlurb, quatro mil atuam diretamente na limpeza das ruas, com varrição e coleta, entre outros serviços da operação, divididos em três turnos. 

Depois de sete dias de greve%2C o lixo largado nas ruas força a pedestre a tapar o nariz%3A a Comlurb diz que a limpeza acaba no fim de semanaCarlo Wrede / Agência O Dia

Com as ruas tomadas pelo lixo acumulado durante o Carnaval, prédios e condomínios estão tendo que recorrer a empresas de coleta particular. Segundo apenas uma empresa privada que faz o recolhimento, desde quinta-feira mais de dez condomínios nas zonas Sul, Norte e Oeste contrataram o serviço. O custo é de R$ 8 para cada saco de lixo com capacidade para 200 litros.

Em meio a iniciativas tomadas pelos cariocas, a Comlurb montou na quarta-feira um esquema especial de limpeza das ruas para fazer frente à greve que chega hoje ao sétimo dia. Os caminhões da empresa têm circulado sob escolta policial e até de firmas de segurança privada.

>>> GALERIA: Garis fazem protesto em frente à Comlurb

Para muitos, a população tem uma parcela de responsabilidade na sujeira amontoada na cidade. “Infelizmente, nós cariocas não somos os mais limpos do mundo”, critica o presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Besserman. Ricardo Magalhães, presidente da associação de moradores do Bosque Marapendi, na Barra, diz que a coleta de lixo deveria ser repensada: “Os sacos de lixo postos na calçada. Mas quando acontece uma situação dessa não dá nem para transitar”.

Na Rua São Miguel%2C no bairro da Usina%2C a sujeira toma conta das duas calçadas e se acumula até na porta de estabelecimentos comerciaisConstança Rezende / Agência O Dia

Assembleia hoje de manhã

Grevistas se reúnem novamente hoje, às 10h, em frente ao prédio da prefeitura, na Cidade Nova, para decidir os rumos da paralisação, que entra no sétimo dia. Eles mantêm a reivindicação de salário base de R$ 1.224,70 (mais os 40% de insalubridade) e um aumento de de R$ 8 no vale refeição — de R$ 12 para R$ 20.

A empresa fechou com o sindicato R$ 874,79 para garis em início de carreira, mas os ativistas dizem que não se sentem representados pela entidade sindical. 

Cerca de 200 garis estiveram em frente à Cinelândia durante protesto Sandro Vox / Agência O Dia

“O sindicato tem a mesma diretoria há anos e nunca lutou pela categoria. Eles aceitaram uma proposta sem nos consultar. Queremos uma nova chapa, que entre para lutar pelos nossos interesses”, diz Célio Viana, líder do movimento. “Se nossa remuneração fosse digna, não estaria faltando profissionais. Atualmente cada caminhão sai com três garis, sendo que o número ideal é cinco, para que o trabalho fique menos puxado”, comenta o gari Antônio Castro, 35.

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