Por camila.borges

Rio - Os garis voltaram ao trabalho nas ruas da cidade, após o fim da greve. Desde o início da manhã deste domingo, trabalhadores se espalharam pelos bairros do Rio sem poupar esforços para limpar a cidade. 

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Gari trabalhando na Rua Edgar Romero%2C em Madureira%2C Zona Norte da cidadeFabio Gonçalves / Agência O Dia

Após oito dias de paralisação, acumulando muito lixo pelas esquinas da cidade, a prefeitura recuou e fez acordo com os funcionários. O novo salário-base da categoria ficou em R$ 1.100, além do tíquete refeição, que sobe para R$ 20 diários, aumento de 37% sobre os R$ 803 que a categoria recebia. A proposta inicial, um aumento de 9%, estava no acordo coletivo assinado entre a Comlurb e o sindicato dos garis, mas não foi reconhecido pelos grevistas.

O último protesto organizado pelos trabalhadores, na sexta-feira, 7, começou em frente à Prefeitura do Rio, percorreu a Avenida Presidente Vargas, no Centro, passou pela Avenida Rio Branco, e de lá seguiram para a Cinelândia. A manifestação teve o apoio de duas mil pessoas.

Prefeito Eduardo Paes

O aumento dos garis prevê impacto de R$ 400 milhões na folha de pagamento anual da Comlurb, que passará de R$ 700 milhões para cerca de R$ 1,1 bilhão. O valor chega perto do equivalente ao total do orçamento da empresa previsto para este ano (R$ 1,5 bilhão). Em entrevista coletiva de imprensa na noite do dia 7, o prefeito Eduardo Paes informou que fará ajustes orçamentários nas contas da prefeitura para que seja garantido o recurso. “O gari merece o aumento porque ele é a alma da cidade. Não sabemos como, mas a prefeitura vai fazer o esforço necessário para ajustar a demanda ao orçamento”, disse Paes.

Garis na Rua Nelson Cardoso%2C no Largo da Taguara%2C em JacarepaguáFabio Gonçalves / Agência O Dia


Demissões suspensas 

Ainda segundo o prefeito, as demissões daqueles que aderiram à greve foram suspensas, mas todos que não trabalharam terão que compensar os dias perdidos. O aumento é retroativo, e vale a partir de 1º de março, data do início da greve, que teve seu auge durante o Carnaval, quando 300 funcionários cruzaram os braços reivindicando salário maior.

Experiência é dispensada

A contratação emergencial de funcionários para limpeza, ontem de manhã, foi divulgada no ‘boca a boca’ e não era preciso comprovar experiência. O contrato foi feito pela empresa Masan, com sede em Caxias, mas o ponto de referência foi o prédio da antiga Pro Matre, na Rua Venezuela, Centro. “Fomos contratados pela prefeitura para criar uma força-tarefa para cuidar da limpeza da cidade por causa da greve”, disse Celine Souza, funcionária da Masan que fazia o recrutamento de pessoas.



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