Por thiago.antunes

Rio - Denunciados por compra de voto e abuso de poder econômico pelo Ministério Público, quatro vereadores, dois suplentes, um secretário municipal e dois subsecretários de Belford Roxo foram cassados e multados em R$ 15 mil, além de ficarem inelegíveis por oito anos.

Entre os condenados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), está o presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Marco Aurélio de Almeida Gandra (PDT), o Markinhos Gandra, e o vereador mais votado da história do município, Marcio Valério da Silva (PHS), o Marcio Canella, que recebeu 5.683 votos (2,59%) na última eleição. Foram cassados ainda os vereadores João Carlos Julião (PSB) — eleito oito vezes —; Rodrigo Ferreira Frasco (PRTB), também conhecido como Rodrigo Com a Força do Povo; e os suplentes Willian da Silva Pereira (PRP) e Alan Jefferson Lessa (PDT).

O secretário de Obras, Reginaldo Gomes, e os subsecretários, Rodrigo Gomes, de Cultura, e Marcelo Alves Faria, de Assuntos Institucionais, completam a lista. Reginaldo e Rodrigo, pai e filho, são presidente e vice da Inocentes de Belford Roxo e foram acusados de usar a estrutura da escola de samba para se elegerem e em favor da campanha do prefeito Dennis Dauttman (PCdoB).

Todos eles têm até quinta-feira para entrar com embargo de declaração, que é um pedido de revisão das sentenças para eliminar possíveis ambiguidades. Porém, não há prazo para o juiz responder. Em seguida, cabe ao presidente da Câmara convocar os suplentes. Neste caso, o próprio Gandra terá antes de colocar alguém para substituí-lo.

Embora as decisões do juiz eleitoral Alexandre Pimentel Cruz tenham sido tomadas em 31 de janeiro, só ontem foram publicadas no Diário da Justiça do TRE-RJ. A demora de 38 dias para a divulgação ocorreu por falta de pessoal no Cartório Eleitoral da cidade. Nenhum vereador foi encontrado, e o prefeito não retornou às ligações.

Não é a primeira vez que a Câmara de Belford Roxo ocupa o noticiário por problemas com a Justiça. Em 2013, o TCE descobriu que o então presidente, hoje deputado Wagner Carneiro (PRTB), o Waguinho, nomeara para a casa, em 2009, 231 servidores. O local, entretanto, não comportava 80 pessoas. Por causa disso, 198 foram remanejados para a prefeitura, onde a maioria ainda trabalha.

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