Por bianca.lobianco

Rio - Fotos tiradas de dentro das instalações do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia mostram o péssimo estado de conservação do local. Infiltrações, lugares com rachaduras, áreas esburacadas,  falta de leitos, além de condições insalubres são uns dos graves problemas encontrados.  

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Santa Casa apresenta péssimo estado de conservação%2C com infiltrações e locais destruídos Marco Antonio Cavalcantti

Na tarde desta sexta-feira, o governador Luiz Fernando Pezão afirmou que se reunirá com a presidenta Dilma Rousseff na próxima terça-feira para pedir apoio do governo federal para a reabertura da Santa Casa de Misericórdia, no Centro. Ele também pedirá verbas para o pagamento dos quatro meses de salário atrasado dos funcionários do local, que também estão há dois meses sem receber vale transporte. “Das minhas 18 horas de trabalho diário, seis vão ser dedicadas para reabertura da Santa Casa”, prometeu. O Hospital foi fechado há seis meses por equipes da Vigilância Sanitária, e reabriu alguns ambulatórios em novembro.

Após reunião que contou com a presença do prefeito Eduardo Paes, médicos, empresários e membros do conselho administrativo da Santa Casa, Pezão disse que seu “grande sonho” é que a Santa Casa atenda o Sistema Único de Saúde (SUS). “O prefeito se prontificou a fazer obras, e o estado irá comprar leitos para que o hospital se adeque às normas da Vigilância Sanitária”, garantiu o governador.

Pezão não prometeu uma data para reabertura do Hospital, mas disse que abril reserva “boas novidades”. Para ele, serão necessárias obras de “curto, médio e longo prazo”, mas uma questão é desponta como mais urgente: os funcionários estão com quatro meses de salário atrasado e há dois sem receber vale transporte. Por conta de pendências jurídicas, a instituição não pode receber verbas federais, estaduais ou municipais. “Deixa eu ver isso, estou saindo da reunião agora. Não é fácil. Se fosse, estava pago”, declarou o governador, sem perder o otimisto. “Estado, União e município juntos foi algo que sempre deu certo para o Rio. Vai dar certo aqui também", resumiu o governador.

FUNCIONÁRIOS RELATAM ABANDONO, MAS MANTÉM ESPERANÇA

Acompanhado por Paes, Pezão chegou à Santa Casa com uma hora de atraso. Puxado pelo prefeito, mais acostumado a esse tipo de agenda, cumprimentou timidamente algumas funcionárias.Cercado por uma multidão ao subir as escadas, talvez não tenha se dado conta das diversas paredes com infiltrações no Hospital.

O governador conversou brevemente com Zulmira Rodrigues que dedicou 64 dos seus 85 anos às atividades da Santa Casa. Secretaria das enfermarias 30 e 31, ela lembra que “a finalidade do local era ajudar os pobres”. “Ele disse que vai tentar levantar o Hospital. Pelo jeito que falou, está com boa vontade”, indicou a funcionária. “Ele precisa fazer alguma coisa para que a Santa Casa volte a ser o que era”, resumiu.

A ginecologia é um dos setores que está funcionando, ainda que sem realizar internações. Conceição Falhaube trabalha no administrativo da área há 31 anos, e diz que o hospital está vivendo sua "pior época". Ela, que também está há quatro meses sem receber, relata que as condições de limpeza melhoraram nos últimos tempos, e que nenhuma autoridade tinha se preocupado com a situação antes. "Ninguém nunca veio aqui. Pelo menos Pezão foi sincero. Se melhorar agora, não melhora nunca mais", acredita.

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