Por paulo.gomes

Rio - Apontado pela polícia como o maior fornecedor de cocaína da facção Comando Vermelho no Rio, Eduardo Herculano da Silva, o Avião, do Complexo da Maré, foi preso quarta-feira por policiais da 21ª DP (Bonsucesso). Desarmado, mas cercado por seus seguranças, o traficante estava em um beco da comunidade Nova Holanda, negociando uma carga de pó, quando foi capturado pelos agentes. O bando reagiu e atirou contra os policiais, que precisaram tirar o criminoso rapidamente da favela. Um outro homem, que seria gerente do tráfico, também foi preso.

Segundo a polícia%2C Eduardo Herculano da Silva%2C o Avião%2C trazia a droga da Bolívia e Paraguai e distribuía nas comunidades do RioDivulgação / Disque Denúncia

Há dois meses, os policiais vinham investigando as ações de Avião e tentando descobrir o seu paradeiro. Desde que a Maré foi ocupada pelas Forças de Pacificação, dia 5, o traficante vinha revezando seus esconderijos entre favelas da mesma facção. De acordo com as investigações, Avião trazia drogas de países como Paraguai e Bolívia e as distribuía em comunidades do Rio, da Baixada e da Região Metropolitana. Braço direito de Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, morto em 2011 no Parque União, Avião “herdou” do ex-sócio na venda de drogas a função de fornecedor e transformou as duas comunidades no maior entreposto de drogas do Rio. Policiais contaram que, no dia da operação em que Marcelinho Niterói foi morto, Avião estava junto.

Segundo a polícia, ele chegou a receber cargas de 200 kg de entorpecentes cada. Há três anos, a Polícia Federal chegou a apreender 185 kg de drogas que seriam do criminoso. Contra Avião, havia seis mandados de prisão por tráfico. Estava foragido do sistema penitenciário desde 2008, quando recebeu o benefício do regime semiaberto (preso sai de dia e dorme na cadeia). Após a fuga, se aliou a vários criminosos do alto escalão da facção. Chegou a ir para o Complexo do Alemão, onde foi filmado com outros bandidos.

Em junho de 2012, o jornal ‘Meia Hora’ denunciou que Avião teria sido “sequestrado” por homens que se apresentaram como policiais na Maré. Segundo denúncias da época, a cúpula do Comando Vermelho teria feito vaquinha de R$ 1,5 milhão para que Avião fosse liberado. Na ocasião, a polícia informou desconhecer o caso.

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