Por thiago.antunes

Rio - Está previsto para esta semana o primeiro encontro entre a Secretaria-Geral da Presidência da República e representantes dos moradores das comunidades do Horto. Na reunião, será discutida uma possível mudança de postura do governo federal com relação à retirada das 621 famílias descendentes de antigos funcionários do Jardim Botânico da área da instituição científica.

Nesta terça-feira houve reunião da Associação de Moradores e Amigos do Horto para definir os próximos passos a serem dados. Emilia Maria de Souza, presidenta da entidade, afirmou que está confiante que o governo federal vai buscar uma solução que ofereça uma alternativa à remoção das famílias.

“Nós temos que acreditar no que o ministro falou. E cabe a ele cumprir a promessa que fez”, disse a líder comunitária. “Estamos esperando um contato para debater o que será feito e, dependendo da decisão tomada, vamos avaliar se a comunidade aceita ou não”, contou.

Um trator foi usado no desmonte do Clube Caxinguelê%2C reintegrado ao Jardim Botânico na segunda-feiraSeverino Silva / Agência O Dia

Emilia também disse esperar a presença de representantes da diretoria do Jardim Botânico na reunião. Após a ação de reintegração do Clube Caxinguelê, que voltou a ser incorporado oficialmente ao Jardim Botânico por ordem judicial na última segunda-feira, os moradores do Horto temem que a desapropriação das casas ocorra nos próximos dias.

Em litígio com a comunidade desde a década de 1990, o Jardim Botânico pretende expandir sua área de atuação com a derrubada dos imóveis. A comunidade atual começou a se formar ainda no início do século passado, quando antigos funcionários da instituição foram autorizados pelo parque a ocupar parte da área do parque como moradia.

Proposta foi confirmada

Confirmada, segunda-feira, pela Secretaria-Geral da Presidência, a proposta de reavaliação da remoção do Horto pela presidenta Dilma Rousseff foi feita em encontro do ministro da pasta, Gilberto Carvalho, com movimentos sociais no dia 28 de abril, no Sindicato dos Bancários, no Centro.

A reunião, que tinha como tema a Copa do Mundo, foi marcada pela confusão. Em um auditório lotado, Carvalho sofreu com gritos de “não vai ter Copa”, foi impedido seguidamente de responder às questões feitas e chegou a discutir com um dos manifestantes.

Além de firmar compromisso com o Horto, o ministro garantiu que o governo federal reestudará a questão da Vila Autódromo, outra comunidade ameaçada de remoção. O evento ‘Diálogos Copa 2014’ vem sendo realizado nas cidades-sede do Mundial. Ontem, o ministro Carvalho esteve em Fortaleza.

Você pode gostar