Por thiago.antunes

Rio - Agredido, amarrado, torturado e condenado à morte pelo “tribunal” do tráfico de drogas no Morro da Iara, no Cubango, em Niterói, um rapaz de 20 anos só escapou de ser executado porque foi resgatado pelo 12º BPM (Niterói), na madrugada desta terça. Um vídeo, com as imagens da vítima ensanguentada e sentada no chão, registrado pelos policiais militares do Grupamento de Ações Táticas (GAT), responsáveis pelo resgate, parou na internet.

O jovem contou aos PMs que não teria permitido a utilização da sua casa como ponto de embalagem de drogas. A recusa, segundo ele, revoltou os traficantes, que começaram a espancá-lo. A vítima disse que tentou fugir, buscando refúgio nos prédios construídos para os desabrigados após o temporal que atingiu o Morro do Bumba, em 2010.

Depois, se refugiou em outro condomínio. Mas acabou capturado por pelo menos cinco bandidos, que o levaram à parte alta da comunidade, onde ele seria assassinado. Entretanto, o jovem acabou resgatado pelos PMs, que atenderam a uma denúncia anônima.

Ao chegarem no local, os PMs foram recebidos a tiros pelos traficantes, que conseguiram fugir. Ninguém foi preso. “O importante é que conseguimos preservar uma vida”, disse o coronel Gilson Chagas, comandante do 12º BPM. A tortura causou lesões por todo o corpo da vítima, que sofreu fratura nas duas pernas. 

O jovem permaneceu com os policiais militares até a chegada de uma ambulância do Corpo de Bombeiros, que o conduziu ao Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, onde ele segue internado. O estado de saúde da vítima é regular. O caso foi registrado pela 77ª DP (Icaraí).

Guerra entre facções rivais faz vítimas

Um outro homem também escapou do tribunal do tráfico há três semanas, ao ser resgatado por PMs no Morro da Palmeira, em Belford Roxo. A vítima, de 35 anos, foi baleada, espancada e teve o braço direito decepado.

Três suspeitos foram presos em flagrante. Outra pessoa, também capturada pelos traficantes, está desaparecida. Segundo investigação da 54ª DP (Belford Roxo), as agressões ocorreram porque os suspeitos identificaram as vítimas como moradoras de uma área em meio a uma guerra entre facções rivais.

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