Rio - Mais de 300 rodoviários realizaram, na tarde desta quarta-feira, uma manifestação que interditou duas faixas da pista central da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. A movimentação dos manifestantes complicou o trânsito na região.
Os manifestantes não aceitam acordo entre o sindicato da categoria e os empresários que garantiu 10% de aumento e R$ 150 de cesta básica. Eles reivindicam 40% de reajuste e auxilio alimentação de R$ 400 (sem desconto). Esta é a terceira manifestação do grupo. Na última sexta-feira, os rodoviários contrários a atuação do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sintraturb-Rio) já haviam fechado a Avenida Rio Branco.

Sindicato desautoriza manifestação
“Há sete anos o rodoviário ganhava cinco salários mínimos. Hoje não chega nem a três. Daqui a pouco vamos receber uma salário-mínimo. Os empresários de ônibus ganharam 50% do Estado 50% de desconto do IPVA da frota e conseguiram elevar a passagem para R$ 3,00. Portanto, eles tem condições de nos dar uma aumento de 40%. Ou pelo menos algo próximo disso”, reclama o motorista Hélio Teodoro, líder do movimento.
O vice-presidente do Sintraturb Rio, Sebastião José da Silva, esclarece que o aumento foi analisado com antecedência pela direção e que o reajuste foi aceito pela categoria. “A homologação com o reajuste de 10% foi retroativa ao mês de abril, prova disso é que os profissionais já receberam esse mês seus pagamentos com o aumento. Antes de discutir o reajuste junto aos empresários, tivemos a cautela de nos certificar das negociações em todo o país. Em Porto Alegre, por exemplo, houve paralisação de doze dias sem que um acordo fosse fechado, o que acabou resultando em uma decisão do TRT local que fixou o reajuste em 7,5%, além de descontar os dias parados”, pondera o vice-presidente da Sintraturb.
Os manifestantes se reuniram em frente ao Centro Administrativo São Sebastião, (CASS), onde um grupo de rodoviários foi recebido por uma comissão da Prefeitura. A Policia Militar acompanha o protesto que, no momento, segue de forma pacífica.
O presidente do sindicato, José Carlos, afirmou que vê nesse movimento uma atividade com fundo político, já que, segundo ele, existem pessoas desse grupo com intenções de futuras candidaturas no legislativo. "Eu concordo com todo o movimento que queira de verdade trazer melhorias para a categoria; inclusive estamos abertos para receber todas as reivindicações. Agora, usar trabalhadores como massa de manobra para alcançar objetivos pessoais é inaceitável", disse.