Rio - O jacaré batizado de Robinho continua driblando os agentes da Patrulha Ambiental na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. A operação de resgate teve início para valer na tarde desta quarta-feira, com a instalação de uma rede para encurralar o réptil. Como o animal apresenta hábitos noturnos, a equipe fará ronda na madrugada para — tentar — localizá-lo.

Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o movimento causado pelo nado de Robinho foi observado pela última vez no fim da tarde de terça-feira. Após o resgate, ele será solto no Parque Chico Mendes, no Recreio.
O jacaré da espécie papo- amarelo foi visto pela primeira vez há duas semanas, causando um rebuliço no parque — os pedalinhos tiveram que ser vetados, por exemplo. Segundo o biólogo do Zoo Marcos Jabour, há duas hipóteses para Robinho estar nadando nos lagos da Quinta. Ou alguém soltou o animal ao local. Ou ele veio pelos rios da região, como o Maracanã e o Joana, e acabou indo parar no lago através de galerias pluviais ou pela rede de esgotos.
No resgate, a saúde do réptil tentará será preservada. “Nas armadilhas, não podemos usar nada que o deixe submerso, pois morreria afogado. Ele deve ficar preso na superfície, por isso temos que acompanhar tudo”, afirmou o biólogo.
Além dos jacarés, espécies de animais silvestres são encontradas com frequência por toda a cidade. São variedades de micos, aves, capivaras e répteis como cobras e lagartos, entre outros. De acordo com Marcos Jabour, muitas delas pertencem a outros biomas e se adaptaram ao espaço urbano. “Aves do Cerrado estão soltas pela cidade porque as pessoas as adquirem no mercado negro. Depois desistem do animal e os abandonam. Eles se reproduzem em um espaço onde não há o predador natural”, afirma.
Algumas espécies como aves de rapina, micos e cobras peçonhentas podem representar perigo para a população. Segundo o biólogo, gaviões atacam com frequência quando pessoas se aproximas dos seus ninhos. Já os macacos gostam de invadir casas e derrubar o que estiver pelo caminho. A orientação é evitar aproximação e não alimentar os animais. “Muitos dão comida com boas intenções, mas eles se acostumam. Mas tem gente que envenena os alimentos para matar o bicho”, disse.