Rio - Por trás dos muros da Avenida Rio de Janeiro, mais especificamente na altura do Portão 24, no Caju, o Porto não dá sinais da maravilha que vai se tornar no futuro. Sob a responsabilidade da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), a área interna, pouco conhecida da população, mas aberta a potenciais investidores, deixa a desejar no quesito ordenamento.
Sucatas de equipamentos pesados, lixo, mato e até um carro abandonado compõem a paisagem de uma das principais fronteiras comerciais do estado. A área interna do Porto é arrendada por diferentes empresas de logística. Entre elas, a Triunfo Logística, responsável pelos entulhos que ficam na área comum a todas elas. Segundo a CDRJ, a arrendatária foi notificada em junho deste ano a retirar as sucatas até dia 28 de agosto.
A empresa descumpriu o prazo e a CDRJ concedeu mais 60 dias para a retirada do entulho. “De fato, naquele ponto do Porto do Rio de Janeiro, há equipamentos sucateados aguardando retirada. Nesse local específico em que se encontra o material, não há comprometimento da operação portuária, contudo, sob a ótica de ordenamento interno do Porto, a sucata não deve permanecer no local”, admitiu o diretor de Engenharia e Gestão Portuária da CDRJ, Heraldo Kremer.
O diretor comercial da empresa de logística Irolog, que atua no Porto, André Seixas, conta que já perdeu contratos com investidores devido à “péssima impressão” que os executivos tiveram do Porto do Rio. “É a porta de entrada de negócios da nossa cidade e está comprometida pelo desleixo, falta de higiene, bagunça. A área poderia ser otimizada para atrair ainda mais investimentos, mas está largada”, lamentou Seixas, que fundou o site Usuários dos Portos do Rio de Janeiro para denunciar irregularidades no local.
"O Porto é um bem público, e as pessoas devem se conscientizar disso”, comentou o empresário, que está mobilizando uma associação do Porto. A CDRJ não se manifestou sobre reformulações na área comum do local.