Rio - O governador do estado e candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão, comentou neste sábado a respeito da permanência do comando da Polícia Militar após as denúncias direcionadas a cúpula da corporação. Na sexta-feira, o comandante-geral da PM, coronel José Luís Castro Menezes, e os chefes do Estado-Maior Operacional e Administrativo, coronéis Paulo Henrique Moraes e Ricardo Pacheco, respectivamente, falaram sobre a denúncia de que o alto escalão da PM recebia propina de todos os batalhões.
"Dou muito direito às pessoas em todas as áreas, principalmente ao servidor público, de se defender", afirmou Pezão. "Uma delação premiada de um policial que cometeu ilícito e que está preso tem que ser analisada com muita cautela", completou.
Segundo Pezão, todos têm a chance de provar sua inocência. "Não é baseado em uma só denúncia que vou tirar um comandante da PM com 33 anos de serviços prestados. Então, vou dar até o último minuto de defesa para todos", disse.
Ocupado há quase seis meses por tropas do Exército e da Marinha no regime de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), moradores do Complexo da Maré ainda se assustam com tiroteios e se deparam com escolas, comércios e creches fechadas vez ou outra. A respeito disso e da permanência da forças armadas, o governador diz que é preciso dar tempo ao tempo.
"Em todo Rio sempre foi assim, não só na Maré. Rocinha, Manguinhos, Alemão, Pavão Pavãozinho. Foi por isso que a gente pediu o Exército, a Marinha e a Aeronáutica", afirmou Pezão.
"Não é só com quatro ou cinco meses de atuação que o exército vai acabar com a criminalidade na Maré e é disso que precisamos ter consciência", completou.
Pezão ainda anunciou que planos para colocar mais policiais nas ruas até o final deste ano. "Com essa permanência do exército, estamos preparando mais policiais. Até o fim do ano serão mais 1.600 e já fizemos concursos para mais 6 mil. De acordo com o candidato à reeleição áreas na Zona Oeste são prioridade. "Essa região do Batan e da Vila Kennedy é prioridade para segurança pública. Vamos continuar com a política de pacificação e nada vai nos deter", completou.
Governador comenta denúncias sobre enteado
A respeito das denúncias publicadas na revista Veja de que que o enteado do governador, o advogado Roberto Horta, formou uma banca de clientes que detêm concessões públicas com o estado. Pezão confirmou que o enteado realmente prestou os serviços, mas que esses não correspondem a 70% dos clientes deles.
Segundo Pezão, o escritório foi aberto à redação da publicação para averiguação, mas a revista não compareceu.
Horta & Jardim Associados é especializado em causas trabalhistas. O escritório prestava serviço para alguns clientes entre 2011 e 2012 e nenhuma causa era contra o Governo do Estado. Os contratos não chegariam nem a 30% do faturamento da casa.