Por thiago.antunes

Rio - Após três anos do acidente que matou seis pessoas e feriu outras 57, em Santa Teresa, o primeiro dos 14 novos bondes começou a circular nos Arcos da Lapa nesta quarta-feira. Desde agosto, o novo bonde passa por testes estáticos e dinâmicos na Rua Joaquim Murtinho. A partir de hoje, o trecho em operação vai do Largo do Curvelo até a Estação Carioca.

GALERIA: Bondinho de Santa Teresa passa por testes

" Este é o primeiro teste nos Arcos da Lapa, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro. Estamos trabalhando para devolver à população um bonde muito mais seguro, preservando suas características históricas", disse o secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, que acompanhou a avaliação realizada pelos técnicos.

Cerca de 3%2C5 km de trilhos e rede aérea já foram instalados na LapaDivulgação

Já foram instalados cerca de 3,5 km de trilhos e rede aérea. O traçado total é de 10,5 km. A subestação de energia e a oficina também passam por reformas. Ainda está prevista a reativação do trecho até o Silvestre, que estava desativado há anos.

Os novos bondes contam com painel de comando, sistema de tração controlado eletronicamente, motores com menor consumo de energia, sistemas de freios dinâmico e magnético, GPS, sistema de som para comunicação com os usuários, estribos retráteis e quatro câmeras de monitoramento.

Atrasos

Conforme o DIA noticiou, em 27 de agosto, o governo estabeleceu um prazo de 30 dias para a conclusão dos testes para que o primeiro dos novos bondes começasse a circular no trecho de trilhos já instalado, de cerca de um quilômetro. Entretanto, após a data estabelecida, ainda não há previsão de conclusão desta primeira fase de avaliações do veículo.

Segundo a Secretaria da Casa Civil do Estado, ao contrário do que foi previsto, o prazo de um mês não foi suficiente para que fossem realizadas todas as avaliações de segurança, incluindo testes de rampa e estáticos. A secretaria esclareceu que os bondes só voltarão a circular quando estiverem totalmente seguros. 

O diretor da AMAST (Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa), Jacques Schwarzstein, criticou os atrasos no cronograma. “As obras no trilho estão tão atrasadas que, no momento, não tem nem trilho suficiente para testar o bonde direito. Enquanto isso, a gente sofre com os descasos de uma obra absolutamente desorganizada”, disse.

A psicóloga Beatriz Tozzi, 27 anos, reclamou da falta de transparência. “Eles aparecem, dão um prazo que não é cumprido e ficamos sem satisfação. É um absurdo. O morador de Santa Teresa tem uma relação afetiva com o bonde”, disse.

Embora a previsão inicial fosse de que em março de 2014 o sistema já estivesse em operação, a tempo da Copa do Mundo, a Casa Civil informou, no fim do mês passado, que todo o sistema de bondes estará concluído apenas em dezembro de 2015. Este atraso foi justificado pelo subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Vieira, por conta da realização da troca de sistemas de água, gás e drenagem para atender aos moradores do bairro.

Você pode gostar