Por bianca.lobianco

Rio - A morte do ator Hugo Carvana, aos 77 anos, foi um baque para todos que gostavam do artista multifacetado. O também diretor e autor estaria com um câncer no pulmão e teria apresentado isuficiência respiratória na manhã deste sábado e não resistiu. Ele estava internado no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul, há uma semana.

Ao lado de Gregório Duviver%2C Hugo Carvana lançou o filme 'Não se preocupe%2C nada vai dar certo'%2C em 2011João Laet / Agência O Dia

A presidenta Dilma Rousseff se manifestou no Twitter: "Foi com tristeza que tomei conhecimento da morte do ator e diretor Hugo Carvana, referência do cinema e da TV brasileira. Atuante, Carvana assinou o manifesto dos artistas a favor da minha reeleição. Aos familiares, amigos e fãs ofereço meus sentimentos."

O atual governador do Rio Luiz Fernando Pezão enviou uma nota dizendo que "além de extraordinário ator e excelente diretor, Hugo Carvana tinha o dom de nos alegrar, principalmente quando levava as características e os trejeitos cariocas para suas criações. O cinema e a televisão brasileiros ficam mais tristes sem Carvana. Minha solidariedade aos parentes e amigos pela perda."

“Para o cinema, a TV, para tudo. Ele não era somente um ator extraordinário, mas diretor, um intelectual que pensava o Brasil. É uma coincidência triste: Carvana era como José Wilker, um autor, pensava as coisas do Brasil, do cinema, tinha interesse grande pelo estado do mundo", concluiu o cineasta Cacá Diegues.

A autora de novela Glória Perez também mencionou o ocorrido: "Sábado triste, sem Hugo Carvana."

O apresentador Serginho Groisman afirmou que está "triste com a morte do ator, autor e diretor". "Seus filmes e obras na TV nunca deixaram dúvidas sobre seu talento". "Fica em paz".

A homenagem prestada a Hugo Carvana no Festival do Rio deste ano também foi lembrada pela página da equipe no Facebook: "O Festival do Rio lamenta profundamente a perda deste grande ícone da malandragem carioca. Em meio à tristeza, nos sentimos honrados em ter prestado sua última homenagem ainda em vida e em ter contado com a presença de todos os seus filhos."

"Com a morte de Hugo Carvana uma parte da alma carioca desaparece. O festival tem grande orgulho de ter prestado esta homenagem a ele, ainda em vida", disse fazendo menção à homenagem no evento", finalizou Ilda Santiago, diretora do Festival do Rio.

Cena do filme 'Boca de Ouro'%2C em que Carvana atuou com Osmar Prado e Claudia RaiaArquivo Agência O Dia

Um artista, várias histórias

O último papel de Carvana na TV foi na minissérie "O Brado Retumbante", da TV Globo, em 2012, depois de sua participação como Olegário na novela "Insensato Coração". Ele também atuou, em 2003, na novela Celebridades, como Lineu, o pai de Maria Clara Diniz, interpretada por Malu Mader. A novela instigou o público até o último capítulo com a frase inesquecível: "Quem matou Lineu?". 

No último sábado, o ator e cineasta foi homenageado na atual edição do Festival do Rio, com uma exibição especial de "Vai Trabalhar, Vagabundo", no Cinépolis Lagoon, na Zona Sul da cidade. Dentro da programação do festival, o filme volta a ser exibido neste domingo, às 18h, no Ponto Cine, em Guadalupe , na Zona Norte do Rio. Hugo Carvana era casado com a jornalista Martha Alencar, com quem teve quatro filhos.

Além de atuar, ele também dirigiu os filmes "Casa da mãe Joana (2007), "Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo" (2009), "O homem Nu" (1996), "Bar Esperança, O Último Que Fecha" (1982), "Se Segura, Malandro" (1977) e "Vai Trabalhar, Vagabundo" (1973).

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