Por felipe.martins

Rio - A Justiça do Rio negou, nesta terça-feira, o pedido de habeas corpus para o casal Marcelo Eduardo de Medeiros e Mônica Teixeira, acusados de envolvimento na morte de Jandira Magdalena dos Santos, auxiliar administrativa que teve o corpo carbonizado após morrer em cirurgia de aborto. De acordo com as investigações da polícia, Medeiros é o dono do imóvel alugado para o funcionamento da clínica clandestina onde Jandira acabou morrendo. Mônica seria a recepcionista no estabelecimento.

Outro suspeito de integrar a quadrilha, Carlos Augusto Graça de Oliveira, apontado pela polícia como o falso médico que realizou a cirurgia, procurou a 35ª DP (Campo Grande) no último dia 1º, mas não foi preso em razão da vigência da lei eleitoral que permite a prisão apenas em casos em que aconteça o flagrante do delito. A polícia espera a presença dele nesta quarta-feira na delegacia para se entregar. 

Jandira dos Santos prestou queixa contra o ex-marido duas vezes por agressão. Ele poderá depor outra vezReprodução

A auxiliar administrativa foi sepultada na tarde deste domingo, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte. O enterro aconteceu pouco mais de um mês após a vítima desaparecer ao fazer um aborto em Campo Grande. Durante o velório, a irmã de Jandira, Joyce Magdalena, se mostrou bem consciente, dando força para os presentes.

"Nunca iríamos imaginar que uma menina de 27 anos iria descer na sepultura. Poderia ser eu, poderia ser qualquer pessoa. Mas eu sei que vidas estão sendo salvas pela vida da Jandira. Ela está em um lugar de paz, melhor que todos nós", disse.

Enterro de Jandira reuniu parentes e amigos no cemitério de Ricardo de AlbuquerqueCarlos Moraes / Agência O Dia

A mãe e as filhas de Jandira não compareceram ao sepultamento. Amigos e o pai da jovem estavam inconformados com a situação. Também estiveram presente alguns membros do movimento de mulheres pela descriminalização do aborto.

Jandira Magdalena, que estava grávida de quatro meses, morreu após um aborto realizado em uma clínica clandestina em Campo Grande, no dia 26 de agosto. Seu corpo foi encontrado carbonizado dentro de um carro em Guaratiba, no dia 27 do mês passado.

Cinco pessoas indiciadas por participar do aborto já foram presas e a polícia ainda procura outros suspeitos.



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