Rio - Um soldado do Exército foi atingido por tiro no braço esquerdo, na manhã desta quarta-feira, durante confronto com traficantes da Favela da Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré, ocupado pela Força de Pacificação desde abril. Por causa do tiroteio, oito escolas municipais, quatro creches e três Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) ficaram fechadas, no 1º e 2º turno, na Maré, prejudicando 6.718 alunos. A Secretaria Municipal de Educação informou que as aulas perdidas serão repostas.
De acordo com militares, bandidos armados atiraram contra grupo de soldados na Praça dos 18, por volta das 5h45. O autor do disparo que feriu o militar, segundo a Força de Pacificação, é um menor de 17 anos, que foi apreendido, assim como a arma. O suspeito acabou encaminhado para a Delegacia de Polícia Judiciária Militar e depois à 21ª DP (Bonsucesso), onde vai responder por fato análogo aos crimes de tentativa de homicídio e colaboração para o tráfico de drogas.
O soldado ferido foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas, logo em seguida, transferido para o Hospital do Exército, em Triagem, onde foi medicado e liberado. O comércio na Baixa do Sapateiro funcionou normalmente, porém o clima na região é de medo e apreensão entre moradores e comerciantes. “Não sei quando vai parar essa guerra. Os soldados do Exército estão de enfeite, pois o tráfico continua a todo vapor. Não temos mais paz”, lamentou uma dona de casa que não quis se identificar.
Segundo a Força de Pacificação, outras operações de rotina foram realizadas normalmente em áreas da Maré. Recentemente, outro militar da Força de Pacificação foi ferido em confronto com traficantes. No dia 2 de agosto, um cabo do Exército acabou baleado durante tiroteio com criminosos da comunidade Rubens Vaz, no Complexo da Maré, que tem cerca de 130 mil moradores. Ele foi atingido nas costas, abaixo do colete. No mesmo mês, um fuzileiro naval foi ferido sem gravidade, na comunidade Salsa e Merengue.
