Rio - A rotina de moradores e comerciantes do Lins de Vasconcelos foi alterada, mais uma vez, nesta quarta-feira, quando a Polícia Militar reuniu mais de 200 homens para operação no conjunto de favelas do bairro. Pelo terceiro dia de tensão seguido, escolas fecharam. Desta vez, 2.150 alunos de unidades da rede municipal de ensino não tiveram aulas no bairro e no vizinho Engenho Novo. Na ação da PM, um suspeito de atacar policiais na véspera foi preso.
A operação foi desencadeada após o soldado Elias Camilo, de 32 anos, ter sido baleado na cabeça, segunda-feira, no Morro do Gambá. Até a noite de ontem, o PM continuava internado em estado grave na UTI Hospital Marcílio Dias, no Lins. Aliás, na Rua César Zama, onde fica a unidade de saúde, ônibus não circularam ontem.
O preso foi identificado na 26ª DP (Todos os Santos) como Matheus Alves do Nascimento, de 19 anos. Ele acabou preso em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma. Com Matheus, diz a PM, foi apreendida cocaína, maconha e crack, além de pistola 9 mm.

Participaram da ação de ontem, que começou por volta das 5h, policiais de unidades especiais da PM, como os batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque. Um helicóptero também foi utilizado para observar possíveis ações de bandidos no Complexo do Lins.
De acordo com o comandante do Batalhão de Choque, coronel André Vidal, os PMs prenderam o suspeito dentro de casa, após uma ligação anônima feita para o Disque-Denúncia (2253-1177). “O rapaz foi identificado por um morador, após a veiculação de fotos na imprensa”.

Por volta das 8h30, pessoas escondidas atrás de um prédio, na localidade conhecida como Bica, jogaram pedras contra os PMs que entravam na favela. O episódio causou pânico entre pedestres, que circulavam nas imediações da Rua Vilela Tavares. A PM, no entanto, não conseguiu identificar nem prender os autores. Ninguém ficou ferido. Homens do Bope vão ficar no Lins por tempo indeterminado.