Por paulo.gomes

Rio - Policiais militares dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque, da Companhia com Cães e do Grupamento Aéreo Marítimo (GAM) estão realizando uma megaoperação desde as primeiras horas desta quarta-feira no Complexo do Lins, na Zona Norte. Cerca de 200 agentes que estão na comunidade apreenderam 2.015 papelotes de cocaína, 51 trouxinhas de maconha, dois carros que eram utilizados como barricada e prenderam um homem acusado de envolvimento com o tráfico e um suspeito de exibir uma arma para os PMs durante operação na terça-feira.

GALERIA: Polícia Militar realiza megaoperação no Complexo do Lins

Identificado apenas como Rafael, o suspeito foi levado por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora para a 26ªDP (Todos os Santos). O objetivo da operação desta quarta é prender os bandidos envolvidos no ataque que deixou ferido o soldado Elias Camilo, de 32 anos, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Camarista Méier, na tarde da última segunda-feira.

Na terça-feira, perto da base da UPP do Lins, um homem armado (no detalhe) desafiava a imprensa e os policiais que estavam no localSeverino Silva / Agência O Dia

O comandante do Choque, coronel André Vidal, lembrou que os policiais estão no Complexo do Lins desde da última sexta-feira e que "vão permanecer por tempo indeterminado" na comunidade.

O clima na região esteve tenso mais cedo. Policiais que faziam revistas próximo da Rua César Zama, onde fica o Hospital Naval Marcílio Dias, foram atacados a pedradas, assustando os pedestres que passavam pelo local, mas ninguém ficou ferido.

Escolas fechadas prejudicam mais de 2.100 alunos

Por conta da operação, duas escolas, três creches e um Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) da rede municipal, na região da Camarista Méier e do Lins, não estão funcionando. Com isso, segundo a Secretaria Municipal de Educação, 1.878 alunos estão sem aulas. E no Morro São João, no Engenho Novo, são duas creches fechadas, prejudicando 272 crianças.

O PM Elias Camilo foi baleado na cabeça quando participava de um patrulhamento no Morro da Gambá, na tarde de segunda-feira. Ele está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Marcílio Dias, que fica próximo ao local do incidente. Seu estado de saúde ainda é grave.

Cerca de 200 policiais realizaram uma megaoperação nesta quarta-feira para coibir o tráfico de drogas no Complexo do LinsSeverino Silva / Agência O Dia

Na terça-feira, moradores do Lins viveram um novo dia de medo por causa da violência. Tiros deixaram 2,5 mil alunos de escolas públicas sem aulas no entorno do Morro São João e no Morro do Gambá, no Lins. Ônibus deixaram de circular na região.

O tiroteio começou por volta das 8h, na Rua Barão do Bom Retiro, uma das principais do bairro e onde funciona o tradicional Colégio Pedro II. Um carro da polícia, um de passeio e um ônibus da linha 625 (Olaria - Saens Peña) foram atingidos por disparos.

No Pedro II, cerca de 600 estudantes dos turnos da tarde e da noite tiveram que ficar em casa, assim como funcionários, de acordo com a unidade. A Secretaria Municipal de Educação informou que ontem uma escola e três creches ficaram sem atendimento à tarde, no Complexo do Lins.

Carros foram apreendidos pelos policiais durante operação nesta quarta-feira no Complexo do LinsSeverino Silva / Agência O Dia

A polícia reforçou o patrulhamento na região com apoio do Bope, desde que o PM foi baleado segunda-feira. A equipe onde o policial estava voltava de patrulhamento para checar justamente informação de que bonde estava na mata. Pelo menos 10 bandidos armados que se refugiram na mata do Morro da Cotia, divisa com o Gambá, foram vistos à noite, após o PM ser atingido, por agentes no helicóptero da corporação. Pela manhã, Bope apreendeu fuzil no São João.

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