Por paloma.savedra

Rio - As árvores que foram tombadas pela ventania do último dia 3, na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio, serão transformadas em bancos. A iniciativa é da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, em parceria com o renomado artista Hugo França.

Os trabalhos começaram nesta quarta-feira e terminarão nesta sexta. Nos dias 24 e 25, funcionários da equipe de Hugo França darão continuidade e finalizarão o serviço dos dois bancos. Os 'equipamentos' naturais serão instalados na própria orla para uso dos cariocas e turistas que visitarem o local.

Cariocas poderão conferir o trabalho de moldura das árvores%2C uma amendoeira e uma fícus%2C por Hugo França%2C no Parque do CantagaloDivulgação

Um ateliê a céu aberto foi montado e gradeado no Parque do Cantagalo e as árvores – uma amendoeira e uma fícus – serão moldadas e lapidadas pelo escultor com a sua equipe. Os troncos foram posicionados na última segunda-feira por funcionários da Comlurb com o auxílio de um caminhão para cargas pesadas.

Ideia é destacar o conceito de sustentabilidade

A secretaria garante que o serviço certamente irá despertar o interesse quem passar pela Lago. O órgão destaca que os conceitos artísticos e de sustentabilidade chamarão a atenção dos visitantes.

“Quando a ideia me foi apresentada, achei sensacional. Temos uma cidade extremamente arborizada e precisamos reverter para o próprio cidadão carioca qualquer episódio de queda de árvore", disse o secretário de Conservação, Marcus Belchior, que completou: "O mesmo vegetal que deixou o motorista preso em um engarrafamento irá permitir que ele contemple uma linda vista. Claro que isso só será possível por conta do talento do Hugo França”. 

A previsão é de que o artista Hugo França volte ao Rio para inaugurar oficialmente as obras no sábado, dia 1º de novembro. Essa será a primeira obra que o Hugo França irá preparar para a cidade.

Esculturas mobiliárias são especialidade de artista

Nascido em Porto Alegre, em 1954, Hugo França mudou-se para Trancoso, na Bahia, no início da década de 80, onde viveu por 15 anos. Lá, percebeu o desperdício na extração e uso da madeira, e acabou pautando seu trabalho nessa temática. Desde o final dos anos 1980, desenvolve "esculturas mobiliárias".

As peças criadas pelo designer nascem de um diálogo criativo com a matéria-prima: tudo começa e termina na árvore. Ela é a sua inspiração; suas formas, buracos, rachaduras, marcas de queimada e da ação do tempo. 

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