Por nicolas.satriano

Rio - Em mais um caso envolvendo imóveis do "Programa Minha Casa Minha Vida", do governo federal, agentes da Polícia Civil prenderam, na tarde desta quinta-feira, cinco traficantes acusados de invadir apartamentos no Bairro Carioca II, em Triagem, na Zona Norte do Rio. O grupo tinha as chaves de cinco apartamentos no conjunto habitacional e chegava a movimentar cerca de R$200 mil com a venda de drogas no local.

Deflagrada por agentes da 21ª DP (Bonsucesso), na ação os policiais apreenderam três mil pílulas de cocaína, o mesmo número de sacolés de maconha, 280 pedras de crack e três galões de "cheirinho da loló". Além dos entorpecentes, também foram apreendidas duas pistolas de calibre 40mm e 380mm. Bem equipados, os traficantes faziam uso de carregadores e telefones celulares, radiotransmissores e grande quantidade de material para embalar droga. Até um bloqueador de GPS foi encontrado pelos agentes.

Dos cinco criminosos presos%2C só um não tinha passagem pela polícia por tráficoFabio Gonçalves / Agência O Dia

Segundo o delegado titular da 21ª, Delmir da Silva Gouvea, os traficantes presos nesta tarde têm ligação direta com bandidos da favela da Mangueira, também na Zona Norte, e seriam da mesma facção de criminosos da comunidade: do comando vermelho. Os próprios traficantes informaram aos investigadores que a maior parte da demanda das drogas viria de fora do condomínio Bairro Carioca 2. A proximidade da comunidade com a estação de trem e metrô de Triagem facilitaria o movimento do tráfico no local.

Identificados, os traficantes presos são: Davison Castro de Almeida, 30; Lucas Silva de Jesus, 24; Leandro Pereira dos Santos, 29; Alex Cristo de Carvalho, 26 e Robson Silva dos Santos, 20. Também de acordo com o delegado Delmir Gouvea, só o último não tem passagem na polícia. Os homens foram acusados de tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de armas.

A polícia investigava a ação dos bandidos há um mês, mas, estima que os criminosos instalaram a "boca de fumo" há mais tempo no conjunto habitacional. 

Procurada pelo DIA, a Secretaria Municipal de Habitação informou que todas as denúncias de uso irregular de imóveis do "Programa Minha Casa, Minha Vida" são encaminhadas para a Caixa Econômica Federal, e atribuiu à Caixa a responsabilidade pelos empreendimentos por ser a instituição com quem as famílias beneficiadas assinam os contratos do programa. Além disso, a secretaria esclareceu que seria a Caixa a responsável pelo pedido de reintegração de posse dos imóveis.

Criminosos invadem conjunto habitacional em Guadalupe

No último domingo, traficantes armados comandaram a invasão de cerca de 200 pessoas a um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida, em Guadalupe, na Zona Norte. O condomínio abrigaria aproximadamente 240 famílias inscritas no programa social. A Justiça do Rio determinou, nesta quinta-feira, a reintegração de posse do conjunto habitacional.

Saiba: Justiça do Rio determina a reintegração de posse de conjunto em Guadalupe

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