Por thiago.antunes
Rio - A esperança de celebrar o nascimento de Jesus com a mesa farta pode não ter acabado ainda para a Polícia Militar. O comandante da corporação, coronel Íbis Silva, prometeu cobrar hoje do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, uma solução para o caso. Ontem O DIA revelou com exclusividade que os mais de 48 mil policiais ficaram, pela primeira vez, sem a cesta de Natal por falta de verba.
“Tenho um encontro com o secretário e vou pedir que ele cobre da Seplag (Secretaria de Planejamento e Gestão) uma posição sobre a liberação de recursos. Estou empenhado em resolver isso, nem que seja depois do Natal. Mas o problema é que não há orçamento”, contou o comandante. O orçamento anual da Polícia Militar com a alimentação dos agentes estourou por causa dos gastos extras com o efetivo que trabalhou durante a Copa do Mundo.
Todo o efetivo da PM foi colocado de prontidão para os jogos. Já coronéis terão almoço de confraternização na sexta na Academia de PolíciaAndré Luiz Mello / Agência O Dia

Como não há tempo para fazer uma licitação para contratar empresa que forneça o kit, uma solução possível pode ser a distribuição do auxílio natalino, por meio do pagamento em folha extra, como foi feito há dois anos. Na época, a ajuda foi de R$ 100 depositada na conta de cada policial. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que a Seplag libere o recurso para a corporação.

Ano passado, o pregão eletrônico número 100/2013 foi feito em outubro, e a vencedora da concorrência foi a empresa Comercial Milano Ltda. O valor estimado para a aquisição das cestas foi de R$ 8,9 milhões só para a PM. O kit trazia 31 itens em duas embalagens (uma térmica e outra de papelão). Além de um quilo de bacalhau e ave de 4kg, havia produtos típicos da ceia, como panetone, frutas, bolos, atum e alcaparras, entre outras mercadorias.

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Já os policiais civis aguardam um posicionamento oficial da Chefia de Polícia Civil para saber quando receberão a cesta de Natal. Segundo a assessoria, a licitação para aquisição dos produtos natalinos está em fase final e a data deve ser anunciada esta semana.
Os militares do Corpo de Bombeiros resolveram a situação no início do mês. A maioria dos bombeiros já passou no supermercado e garantiu os produtos. O cartão vale-compras no valor de R$ 120 foi distribuído para a corporação entre os dia 1º e 12 de dezembro.
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Ato reúne três mil pessoas em Copacabana
Mais de três mil pessoas se reuniram ontem na orla de Copacabana contra a morte de policiais a trabalho ou de folga, que contabiliza 109 em 2014. O movimento organizado por PMs reivindica, entre outros pontos, tornar crime hediondo os assassinatos contra os agentes.
Nas areias do Posto Seis foram fincadas cruzes com imagem dos policiais militares assassinadosSeverino Silva / Agência O Dia

A passeata começou no Posto Seis e seguiu pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana até a Rua Sá Ferreira. O movimento, junto com a ONG Rio de Paz, pretende apresentar as reivindicações para o governo do estado, ainda sem audiência marcada.

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Nas areias, foram fincadas cruzes com imagem dos PMs mortos. Os militares cantaram o Hino da Polícia Militar e algumas bandeiras do Brasil foram colocadas na janela dos apartamentos da orla. Os PMs reivindicam a blindagem dos contêineres das UPPs, o direito de levar a arma do trabalho para casa, uma escala de serviço menos apertada e agilidade na concessão de benefícios aos familiares. Pelas redes sociais, as manifestações em favor de PMs mortos vêm crescendo com a criação do movimento “#basta”, em repúdio aos assassinatos.
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