Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Um dia depois de O DIA denunciar a falta de segurança nos hospitais da Polícia Militar — no Estácio e em Niterói —, foi providenciado policiamento para as duas unidades. Em Niterói, dois policiais faziam guarda na entrada. Pacientes, visitantes e acompanhantes passaram a ter que se identificar na entrada da unidade do Rio. No entanto, ainda foi possível entrar sem identificação em alguns horários.
Há quase um mês visitando seu pai internado no Hospital Central da Policia Militar, na Rua Estácio de Sá 20, uma pessoa que não quis se identificar informou que somente ontem teve que fazer um cartão de visitante para entrar. Ao questionar o motivo da mudança, um funcionário teria dito que o oficial cobrou “mais rigidez nos acessos”, depois da publicação da denúncia do DIA.
No Estácio%2C havia segurança ontem e quem entrava tinha que se identificar%2C apesar de ocorrerem falhasPaulo Araújo / Agência O Dia

Mais controle

Além disso, a pessoa contou que pela primeira vez foi abordada por funcionários, tanto na entrada, quanto na saída. Ela também percebeu que nos acessos onde não havia ninguém, agora dois policiais faziam plantão controlando a passagem das pessoas. A unidade fica próximo aos morros do São Carlos e da Mineira.

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Mas quem tentou entrar a pé em determinados horários não encontrou obstáculos. Sem ser incomodado, um repórter ainda acessou ontem áreas do hospital que deveriam ter um controle de entrada, sem se identificar.

Mais vazio, o Hospital da Polícia Militar de Niterói, na Rua Martins Torres, providenciou a segurança de dois agentes no acesso de carros. Eles fiscalizavam a entrada e a saída, o que não acontecia até a semana passada. Já na entrada de pedestres, a mesma situação de insegurança foi mantida: um cone derretido foi colocado na entrada, substituindo um portão que permitiria um controle maior.

Unidade de Niterói manteve cone derretido no lugar de um portão%2C por onde entram os pedestresPaulo Araújo / Agência O Dia

Antes das escadas, entulhos de obras, como tijolos e madeiras atrapalham o trânsito de quem entra e sai do hospital, que também fica próximo a uma área considerada de risco, nas proximidades do Morro do Martins.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar explicou que “as medidas relacionadas à saúde da PM fazem parte de uma série de mudanças a serem implementadas pelo coronel Alberto Pinheiro Neto (que assumirá o comando da corporação) a partir de janeiro”.

Ainda segundo a PM, os comandantes do Hospital Central da Polícia Militar e do Hospital da PM em Niterói, no entanto, “já têm planejadas as primeiras medidas, que serão implementadas em breve.”
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?Fundador do Bope diz que risco é grande
?Ex-coronel da Polícia Militar e fundador do Bope, Paulo César de Amêndola cobrou das autoridades um reforço maior no controle de acesso das unidades. Segundo ele, a situação atual pode representar um risco real para os policiais.
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“Já entrei ali algumas vezes e realmente a vigilância não é adequada. Entra quem quiser. É urgente que haja um controle mais aprimorado para que um sujeito mal intencionado não entre e cometa uma tragédia lá dentro”, disse o coronel.
“Quem quiser entrar e cometer um desatino, uma vingança, vai conseguir. O hospital é muito importante. Ali tem policiais com baixa saúde”, afirmou.?
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