Por bferreira

Rio - Eleito com 160.359 votos para o quarto mandato de deputado estadual, Flávio Bolsonaro, de 33 anos, já mira a Prefeitura do Rio e prega o choque de autoridade. Seu cartão de visita e decoração no gabinete, onde recebeu O DIA, é a miniatura do Caveirão — blindado da Polícia Militar. Bem ao jeito Bolsonaro de ser, avisa que, eleito prefeito, cortará o incentivo à Parada Gay e armará a Guarda Municipal. Na entrevista a seguir, além de expor ideias, nega que o pai, Jair Bolsonaro, endosse o estupro.

Flávio BolsonaroFabio Gonçalves / Agência O Dia

O DIA: Alguma mulher merece ser estuprada?

FLÁVIO BOLSONARO: É óbvio que não e nem foi isso o que Jair Bolsonaro quis dizer. Há uma guerra ideológica e quem está no poder, com apoio de parte da imprensa, distorce fatos para denegrir a imagem dele. Ele incomoda os interesses dos poderosos. Antes, ele havia sido xingado de estuprador pela deputada (Maria do Rosário, do PT-RS).

Dizer que ela não merece ser estuprada, como se alguma mulher merecesse, foi um erro?
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Foi sarcástico com quem o agrediu. Ele copiou feministas que postam na internet: ‘Eu não mereço ser estuprada’. Ele tem mulher, mãe, netas. É óbvio que nenhuma mulher merece ser estuprada.
O senhor vai mesmo se candidatar para prefeito do Rio em 2016?
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É uma vontade e um pedido das ruas. Obtive uma votação expressiva para o meu quarto mandato de deputado — foram mais de 100 mil votos na cidade do Rio.
Quais partidos acha que se juntariam ao senhor?
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Isso é o de menos. O eleitor vota em pessoa, não no partido. O último que tinha identidade era o PT e o que fez? Traiu o eleitor. As pessoas estão refletindo sobre o que a esquerda tem feito no poder.
O que tem feito?
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Transformado o país no lugar da impunidade, da roubalheira, e as pessoas estão se indignando. A gente amadureceu politicamente e conto com o apoio dos eleitores que pedem que a família Bolsonaro dê voos mais altos.
O PP, seu partido, não é de esquerda e é citado nas denúncias de corrupção.
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Os citados não são alinhados ideologicamente à família Bolsonaro. Caso se comprovem as denúncias, será incompatível a nossa permanência no PP. É lamentável, porque sempre ficamos muito à vontade na legenda.
A esquerda investiu em políticas sociais, e o país melhorou. Ou, para o senhor, é gasto?
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Foi investimento, mas tem que ser provisório e com contrapartida. Não dá para sustentar pessoas com bolsas eleitoreiras e eternas.
Como seria o Rio administrado pelo Bolsonaro?
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Teria um choque de autoridade e de moralidade. Reduziria o Estado, para aumentar a qualidade dos serviços.
Reduziria onde?
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Na saúde. Houve avanço com as OS, mas tem que melhorar. Saúde é dinâmica. As ações têm que ser rápidas. Colocaria, com licitação, uma OS para cada unidade. Isso facilita a cobrança, reduziria o orçamento administrado por elas e facilitaria o controle. Assim, sobraria dinheiro para investir mais em Segurança Pública.
Mas segurança é atribuição do Estado.
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Falta integração com a PM. O guarda municipal só aplica multa. Ele tem que auxiliar no combate e na prevenção da violência.
A GM andaria armada?
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Dependendo da situação, é óbvio que sim. Ela seria treinada para isso. É uma reivindicação justa (dos guardas).
Em que situação?
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Se eles forem atacados, por exemplo. O Centro está cheio de bandidos, menores de idade, que já andam armados. O guarda não pode ficar refém de bandidos.
O senhor se orgulharia de ser prefeito de um destino de turistas gays?
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É mal aproveitada a vocação turística do Rio. A cidade não se resume a Carnaval, Pão de Açúcar e Cristo. Há outras coisas, como passeios pela Baía de Guanabara. Podemos treinar pescadores para serem guias.
Teria orgulho?
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Isto é rótulo midiático.Se for bom, terei orgulho. Mas não acho que o Rio tenha que ser capital do orgulho gay. Tem que abraçar o turista, seja qual for sua opção sexual.
Manteria programas de combate a homofobia?
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Temos que combater todas as formas de discriminação.Por que só a causa gay? Não tem que dividir a sociedade.
E como uniria?
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Sem fomentar passeata do orgulho gay ou hétero. A cidade tem que ser de todos.
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