Por thiago.antunes
Rio - Reeleito por uma coligação que reuniu 21 partidos, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) promoveu uma grande reformulação no primeiro escalão do estado. Das 25 pastas, apenas nove secretários permaneceram em seus cargos. Na nova composição, o governador optou por premiar deputados e lideranças políticas como o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e o presidente do PMDB no estado, Jorge Picciani, que ajudaram na sua eleição.
Pezão manteve apenas nove secretários em composiçãoAndré Luiz Mello / Agência O Dia

A maioria dos que continuaram em seus cargos é da área econômica e de Segurança. São eles: Leonardo Espínola (Casa Civil), Júlio Bueno (Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços), Sergio Ruy Barbosa (Fazenda), José Mariano Beltrame (Segurança), César Rubens de Carvalho ( Administração Penitenciária). Além deles, seguirão no governo José Iran Peixoto Júnior (Obras) e Sérgio Simões (Defesa Civil).

Gustavo Tutuca (Ciência e Tecnologia) e Cidinha Campos (Proteção e Defesa do Consumidor ) retornam à administração estadual, após deixarem seus cargos apenas durante a eleição em busca de um novo mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
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Entre os novos secretários está evidente a composição de aliados e a força política de Jorge Picciani, candidato à presidência da Alerj, em fevereiro. São dele as indicações de Bernardo Rossi (Habitação) e do “técnico” Antonio Neto (Educação). Entra ainda na cota de Picciani o futuro secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, resultado de uma queda de braço com o prefeito Eduardo Paes, que deu ao filho mais novo de Picciani, Rafael, a mesma pasta no município. Marco Antonio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, assumirá a Secretaria de Esportes e é outro destaque entre os nomes.
O atual presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), um dissidente do grupo político majoritário do PMDB que apoiou o presidenciável tucano Aécio Neves na eleição, ficou com a Secretaria de Governo. Ele conseguiu ainda indicar o diretor-geral da Assembleia Legislativa, José Carlos Araújo, para ser o novo presidente do Detran-RJ. Melo terá ainda liberdade para se licenciar do posto e concorrer a uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE).
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A Saúde também ficou com outro aliado de Pezão, o deputado Felipe Peixoto (PDT). O PPS e o PSD foram contemplados com indicações nas pastas de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (José Luiz Nanci), de Agricultura e Pecuária (Christino Áureo), e de Trabalho e Renda (Arolde de Oliveira), respectivamente. Foram criadas ainda duas novas estruturas — a Câmara Metropolitana e a Coordenadoria de Infraestrutura e Integração Governamental. O PT, antigo aliado que deixou o governo para disputar as eleições contra Pezão, não faz parte do governo estadual.
Negociações para Cesar Maia integrar equipe não vão adiante
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Candidato derrotado ao Senado na chapa do governador Luiz Fernando Pezão, o vereador Cesar Maia (DEM) acabou não sendo nomeado para o novo governo. Ele foi cogitado para atuar como uma espécie de ‘embaixador’ do governo do Rio. A ideia era dar status de secretaria à subsecretaria de Relações Internacionais para acomodar Cesar Maia. Mas a proposta não saiu do papel.
Um dos motivos teria sido a abrangência da nova pasta. Aliados de Maia teriam defendido uma secretaria ‘robusta’, uma espécie de ‘supersecretaria’, para tratar também da participação do estado na organização da Olimpíada de 2016.
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Dos 25 secretários do segundo mandato de Pezão, dez são deputados estaduais, um é deputado federal e dois são lideranças políticas que não se elegeram neste ano. Cinco foram secretários no governo Cabral. Partido de Pezão, o PMDB mantém o controle direto sobre 15 secretarias. O PSD ficou com três secretarias, enquanto o PP e PDT com duas, cada. A Secretaria de Assistência Social ficou com Teresa Cosentino, apadrinhada do prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT). Ex-titular da pasta no governo Cabral, o prefeito foi recompensado porque não aderiu à candidatura do senador Lindbergh Farias (PT), derrotado em primeiro turno na corrida pelo Palácio Guanabara.
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