Por nicolas.satriano
Rio - Os problemas que atingem o estado não têm reflexo apenas na área social, com o fechamento dos Centros de Referência da Juventude em favelas, como mostrou DIA nesta quinta-feira. Funcionários terceirizados das delegacias da Polícia Civil podem cruzar os braços se não receberem nesta sexta-feira o pagamento de dezembro, que deveria ter sido depositado até o dia 8.
Além deles, estão com a remuneração atrasada os trabalhadores que atuam nos restaurantes cidadãos — que oferecem refeição a R$ 1 —, nos Centros de Cidadania LGBT (do projeto Rio Sem Homofobia) e do Conselho estadual dos Direitos da Mulher (Cedim). Para esse grupo, a previsão, segundo a Secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos, é que haja a regularização do vencimento no dia 28.
Depois do fechamento dos CRJs%2C como o da Gamboa%2C terceirizados de restaurante popular estão sem salárioPaulo Araújo / Agência O Dia

Já, no caso das delegacias, o pagamento não tem data definida. “Vou deixar de ir. Não tem o que alegar, a não ser que sou um funcionário ausente por não ter condições de arcar com o seu deslocamento devido à falta de salário’”, desabafou um síndico de delegacia, que preferiu não se identificar. O problema atinge ainda quem trabalha no balcão de atendimento, como assistentes sociais e psicólogos.

O vice-presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro, Antonio Carlos da Silva, disse que tem pedido calma para os funcionários. “A questão é que a empresa que faz o pagamento diz que não recebeu a verba. Vamos aguardar até amanhã (esta sexta-feira). Se não houver o pagamento, faremos uma manifestação na cidade”, afirmou ele.

A Secretaria Estadual da Fazenda informou, por nota, que o pagamento da Proll (empresa que fez as contratações para as delegacias) segue o fluxo de acordo com as regras sempre praticadas pelo governo, como em anos anteriores. O órgão disse que “a programação de desembolso (ordem de pagamento) seguirá os trâmites estabelecidos”.

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Associação de favela protesta
A decisão da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de fechar pelo menos 11 Centros de Referência, onde eram oferecidos cursos de idiomas, pré-vestibular, atividades esportivas e culturais, irritou o presidente da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio (Faferj), Rossino Diniz. Segundo ele, a iniciativa do governo representa um retrocesso na política de inserção social.
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“Isso é uma vergonha. Você vê que nas favelas, mesmo com estes centros, ainda tem garoto que anda de fuzil. É pela cultura que a gente vai ter algum tipo de resgate”, desabafou.
A secretaria também suspendeu o programa Esporte RJ, que tinha 898 núcleos esportivos e era considerado o maior da América Latina. O órgão disse que vai otimizá-lo, a partir da busca de parcerias, o que vai deixá-lo com mais iniciativas.
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