Por nicolas.satriano

Rio - Os contratos feitos pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) durante a gestão Paulo Melo (PMDB) serão revistos pela nova diretoria. O primeiro-secretário Geraldo Pudim (PR) afirmou ter pedido cópias de todos para sugerir cortes de no mínimo 10% no valor de cada um. Em dois meses, um relatório será apresentado à Mesa-Diretora, que decidirá onde serão feitos os reajustes.

Segundo o Portal de Transparência da Alerj, a Casa têm 74 contratos em vigor que, juntos, custam mais de R$ 90 milhões . Todos foram celebrados em 2013 ou 2014, quando Melo era presidente. Ele renovou boa parte dos acordos feitos durante a primeira gestão Picciani, encerrada em 2.

Compromissos em vigor são renovações da primeira gestão PiccianiBruno de Lima / Agência O Dia

“Não é um pedido direcionado à administração anterior. Olharei os contratos um a um, é a determinação da Presidência. Todo o país vive problema sério de despesas”, justificou Pudim. No entanto, segundo publicação do Diário Oficial na última quinta-feira, a Alerj goza de boa saúde financeira, com um fundo de reserva de mais de R$ 164 milhões. O valor, que s seria usado para construção de um novo prédio para Casa, deverá, segundo Pudim, ser usada para restaurar o Palácio Tiradentes. Assim, o contrato da Assembleia com a Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), para “consultoria e fiscalização das obras da nova sede”, no valor de R$8,3 milhões e que se encerra em abril, deverá ser revisto.

A publicidade é o setor que mais gasta: o convênio com a empresa Staff, prestadora de serviços desde a gestão Picciani, tem valor de R$ 12,9 milhões ao ano. Para “serviços de publicação”, R$ 6 milhões ao ano. Para manter parlamentares e funcionários atentos, a Alerj gastou R$ 66 mil para aquisição de cafeteiras. Outros contratos também chamam atenção, como o de serviços de jardinagem, no valor de R$ 29 mil. À UFRJ, a Alerj paga R$ 6 mil por mês para manter um grupo de coral. R$ 606 mil por ano garantem a manutenção do ar-condicionado central do prédio.

Alerj terá sete CPIs

Dos 78 pedidos para instalação de CPIs apresentados nesta quarta-feira na Alerj, sete — número máximo permitido — foram aceitos e sairão hoje no Diário Oficial. Apenas uma CPI pode trazer algum constrangimento ao Palácio Guanabara — a que trata da escassez de água. Ainda assim, contou com a assinatura do líder do governo. A expectativa é de que os trabalhos comecem depois do Carnaval.

Autor da proposta que investigaria a privatização do Maracanã, o deputado Marcelo Freixo (Psol) acredita em ‘acordão’ para que o seu pedido não saísse. “Fui o quarto da fila, mas o Luiz Paulo (Corrêa da Rocha, do PSDB), apresentou 14. Havia acordo, tanto que o (Edson) Albertassi, líder do governo, assinou com ele todas as sete”, reclamou.

Além da que trata da gestão hídrica, há a que investigará as perdas econômicas do estado com a falta de repasses da Petrobras — uma dobradinha com a da Câmara Federal. Luiz Paulo, porém, nega acordo. “Em qualquer CPI a gente sabe como começa mas não como termina, não há isso de ser favorável”, afirmou o tucano.

Acrescentou que serão apuradas as circunstâncias da transposição do Paraíba do Sul, além dos problemas no abastecimento e do desperdício, tratados em reportagens do DIA. Violência contra a mulher, telemarketing, aborto, lixões e crack serão tratados nas restantes.

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