Por nicolas.satriano

Rio - Na próxima semana serão honrados parte dos pagamentos de funcionários terceirizados da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A liberação de verba autorizada pela Secretaria de Fazenda do Rio promete ajudar a afrouxar o laço que estrangula a instituição, que sofre continuamente com crises relacionadas a pagamentos de profissionais. Prestadores de serviço como limpeza, segurança e apoio viraram o ano sem receber o salário de dezembro e estão também sem receber janeiro. 

Para contornar a situação, alunos de diversos cursos e professores têm criado uma verdadeira força-tarefa para ajudar funcionárias que trabalham em limpeza. Muitas delas, segundo a coordenadora de Serviço Social da universidade, Ana Carolina Nogueira, 26 anos, são mães solteiras e negras.

"Estão passando fome. Não têm dinheiro para o gás, contas, cartão de crédito", contou Ana. De acordo com ela, quase 500 funcionários receberam as, aproximadamente, 100 cestas básicas arrecadadas e compradas pelo movimento de docentes e estudantes. Os alimentos foram distribuídos no início da semana.

A nota enviada pela Fazenda informa, ainda, que "a subsecretaria de Finanças do orgão tem se reunido com responsáveis pelas Unidades Gestoras do Estado para tratar das prioridades de pagamentos de cada unidade que ficaram em Restos a Pagar", caso de instituições como a Uerj. Segundo a secretaria, as áreas prioritárias - para a liberação destes pagamentos -  têm sido saúde, educação, assistência social e segurança.

Outra promessa é a de um decreto - ainda sem data marcada para ser criado - informando que se estabeleçam formas de pagamento dos restos a pagar que leve em consideração áreas prioritárias (citadas acima) e despesas obrigatórias. Segundo a Fazenda, "este procedimento é parte da rotina do Estado e de conhecimento de todos os fornecedores".

Alunos apoiam protestos de funcionários terceirizados

Em dezembro de 2014, centenas de alunos da Univerisade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) apoiaram manifestações de funcionários terceirizados da instituição, que estavam sem receber os salários relativos ao mês de dezembro, que obrigatoriamente deveriam ter sido pagos até o quinto dia útil, incluindo vencimentos do 13º. 

Funcionários da limpeza espalharam lixo pelo chão da universidade e seguraram cartazes de protesto contra a falta de pagamentoReprodução Facebook

Parte do grupo de alunos carregou cartazes e faixas com dizeres de apoio ao protesto, com dizeres como "Trabalhar sem receber é escravidão" e "Reitoria e Construir, cadê nosso pagamento?", citando a empresa contratada pela Uerj para prestar serviços de limpeza.

  

Você pode gostar