Por nicolas.satriano

Rio - Entre sucessivas prorrogações e suspensões da obra, a conclusão da nova policlínica da Polícia Civil, na Rua Haddock Lobo, número 40, no Estácio, se arrasta há pelo menos um ano e meio. Em maio de 2011, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, garantiu, em audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (Alerj), que o prédio da unidade de saúde para atendimento exclusivo aos agentes seria erguido até o fim daquele ano. A Empresa de Obras Públicas do estado (Emop), no entanto, informou que as obras efetivamente só começariam em agosto de 2013. A primeira licitação, marcada para fevereiro de 2012, só ocorreu em setembro daquele ano.

E a história se prolongava a cada virada de ano. Em 30 de dezembro do ano passado, um despacho do presidente da Emop, Ícaro Moreno Júnior, à frente do órgão desde 2007, suspendeu novamente, desta vez até o dia 31 deste mês, o contrato com a construtora Irmãos Haddad por "indisponibilidade de créditos orçamentários para o exercício de 2015".

Segundo a assessoria da Emop, todo fim de ano “as obras passam por um período de paralisação, por falta de empenho”. As verbas, de acordo com o órgão, só começam a ser liberadas a partir da publicação do novo orçamento e as obras avançam a partir da liberação dos recursos por parte dos clientes. De acordo com a Emop, neste caso, o cliente seria a própria Secretaria de Segurança.

Garantida em 2011%2C obra da nova clínica para policiais civis ainda não foi concluídaNicolás Satriano / Agência O Dia

Em 2013, a expectativa para a entrega da policlínica era grande. Nos sites da Polícia Civil e da Secretaria de Estado de Obras, em matéria publicada em nove de julho de 2013, a conclusão parcial de 65% do projeto era comemorada e previa a entrega da unidade de saúde para o segundo semestre daquele ano. Os agentes, então, iniciariam 2014 com um novo centro médico, o que não ocorreu. Atualmente, o atendimento aos agentes é feito provisoriamente na Academia de Polícia Sylvio Terra (Acadepol), na Rua Marquês de Pombal, 150. A assessoria da Polícia Civil confirmou que a unidade improvisada segue funcionando.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Policiais Civis do Rio (Sinpol), Fernando Bandeira, o atendimento realizado na Acadepol mais se assemelha ao que é feito numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA): “Queríamos um hospital que, mesmo que não tivesse emergência, oferecesse a possibilidade de internação. Muitas vezes um policial leva um tiro e fica internado ao lado de um bandido. O Estado deveria bancar um plano de saúde”.

Também segundo o diretor do sindicato, em encontro na última semana com o próprio Beltrame, o secretário atribuiu o atraso na inauguração à carência de recursos do Estado. Segundo a Emop, para concluir o projeto, restam apenas as últimas ligações da concessionária de água e esgoto, além da instalação de equipamentos.

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