Por adriano.araujo

Rio - O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro considerou ilegal a greve dos garis da Comlurb e concedeu liminar, na madrugada desta sexta-feira, exigindo o retorno imediato dos funcionários as suas atividades. Caso a determinação não seja cumprida, o sindicato da categoria será multado em R$ 100 mil por cada dia de paralisação.

Na decisão, o órgão da Justiça do Trabalho justifica que o objetivo é "evitar a ocorrência de danos à população do município do Rio de Janeiro." O TRT-RJ também pediu a requisição de força policial nas portas das garagens da empresa para permitir que os trabalhadores possam trabalhar sem serem intimidados pelos piquetes de grevistas.

Galeria: Caminhões da Comlurb são escoltados para garantir recolhimento do lixo

LEIA: Garis rejeitam proposta da Comlurb e decidem entrar em greve

Em algumas regiões%2C caminhões da Comlurb são escoltados para garantir a realização do serviçoFabio Gonçalves / Agência O Dia

Os garis do Rio de Janeiro decidiram, em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira, entrar em greve a partir da 0h de hoje. A decisão pode tirar das ruas os 15 mil agentes que cuidam da coleta de lixo residencial, comercial e industrial na cidade. O sindicato da categoria definiu como "uma irresponsabilidade e uma provocação da Comlurb a proposta de reajuste salarial anual de 3% (três por cento)".

“Como de hábito, o sindicato da categoria manterá os canais de comunicação com a Prefeitura do Rio de Janeiro e com a Comlurb, na esperança de que uma proposta salarial, sem provocação, possa ser avaliada pela categoria”, afirma Antonio Carlos da Silva, vice-presidente do sindicato.

Entretanto, a Comlurb contesta o posicionamento da categoria, afirmando que a decisão de paralisação aconteceu após a primeira rodada de negociações. Além do reajuste de 40% — mais o aumento pelo índice da inflação —, os garis também reivindicam o aumento do vale-refeição de R$ 20 para R$ 27.

Lixo se acumula em vários pontos da cidade nesta sexta-feiraFabio Gonçalves / Agência O Dia

De acordo com a empresa, atualmente o salário dos garis chega a R$ 2.140, somados a remuneração base (R$ 1.100), insalubridade (R$ 440) e alimentação (R$ 600). Ainda segundo a Comlurb, um plano de contingência foi implantado para evitar que os lixos se acumulem pela cidade. O número de trabalhadores em serviço é reduzido, mas não há números oficiais.

A Zona Oeste seria a região mais afetada nesta manhã. Em algumas regiões, caminhões que recolhem lixo são escoltados pela polícia ou segurança particular para garantir que o serviço será realizado e impedir a atuação de grevistas que fazem piquetes.

Ruas ficaram imundas durante greve no Carnaval de 2014

Em 1º de março de 2014, em pleno sábado de Carnaval, os garis do Rio cruzaram os braços e iniciaram uma greve que se estendeu por mais sete dias, mesmo com os desfiles de blocos carnavalescos. A greve não foi liderada pelo sindicato que negocia desta vez. O movimento começou com uma dissidência de 300 trabalhadores que não concordaram com as negociações feitas pelo entidade em fevereiro e, rapidamente, ganhou a adesão em massa da classe.

Greve durante o carnaval do ano passado deixou o Rio com lixo acumulado em vários bairrosSeverino Silva / Agência O Dia


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