Por adriano.araujo

Rio - Garis que não aderiram a greve, instaurada desda a última sexta-feira, e funcionários da prefeitura do Rio que reforçam o recolhimento de lixo nas ruas da cidade estão sendo intimidados por grevistas. A situação, que já era conhecida, foi registrada através de vídeo enviado para o WhatsApp do DIA (98762-8248) nesta segunda-feira.

No vídeo, o grevista chega a dizer que a companhia de limpeza urbana disse que pagaria R$ 100 por fora para que aqueles que continuassem trabalhando e sugere que o valor pode não ser pago. "Na boa, a gente está aqui para garantir na boa (...) vocês estão se arriscando na saúde de vocês, entendeu, pra nada, pra nada irmão." (Sic). Um dos funcionários responde: " A gente tem família". "Se vocês têm família a gente também tem", rebate o grevista.

GALERIA: Com acúmulo de lixo e protesto, greve dos garis completa quatro dias

Um outro gari que participa do piquete, que não aparece no vídeo, diz que não há garantia de pagamento do valor prometido para os funcionários que estão trabalhando durante a greve. "Inclusive não tem nem um papel assinado, pode ser que eles nem paguem vocês (...) não pode ter prestação de serviço sem papel assinado", declara.

Procurada, a Comlurb ainda não se pronunciou sobre o caso. Hoje é o quarto dia consecutivo de greve e garis marcharam em protesto no Centro do Rio, na manhã desta segunda-feira, complicando o trânsito e causando interdições na região. A passeata, que começou na Avenida Presidente Vargas, desceu a Avenida Rio Branco, acessou a Rua Araújo Porto Alegre, a Avenida Presidente Antônio Carlos e chegou à Avenida Churchill.

Grande quantidade de lixo pode ser vista nas ruas do Jacarezinho%2C na Zona NorteCarlos Moraes / Agência O Dia

O destino final é o Tribunal Regional do Trabalho, onde os grevistas pretendiam ter uma reunião com procuradores e representantes da Comlurb. Mais uma vez, as ruas amanheceram tomadas por lixo em diversos pontos da cidade. 

Segundo a empresa, funcionários das secretarias de Conservação, Ordem Pública e da Guarda Municipal ajudam na coleta do lixo. Através do WhatsApp do DIA (98762-8248) , um leitor enviou uma foto com homens realizando a coleta sem uniforme. Questionada, a Comlurb disse que a situação "é de emergência, de crise", não dando para exigir o uso do uniforme durante o serviço.

A Comlurb disse que a exigência da Justiça do Trabalho que 75% dos trabalhadores realizem o serviço não está sendo cumprido. No sábado, Luciano Araújo, o presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação, disse que a determinação estava sendo cumprida, mas ele não soube especificar quantos garis estão trabalhando. "Agora, a greve vai continuar até o julgamento, mas precisamos respeitar a decisão judicial", disse o líder sindical.

De acordo com o sindicato, a categoria está paralisada pois a proposta de 47,7% foi negada, enquanto a Comlurb ofereceu um reajuste de 3%. Além disso, os grevistas pedem um reajuste no vale-refeição de R$ 20 para R$ 27.

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