Por adriano.araujo

Rio - O atendimento no Hospital Municipal Maternidade Fernando Magalhães, em São Cristovão, continua sendo um drama para mães de recém-nascidos, por conta da falta de leito. Diante da situação, Paulo Pinheiro, vereador e membro da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, pretende fazer uma denúncia ao Ministério Público pedindo uma avaliação no local.

Na madrugada de sexta para sábado, o parlamentar recebeu duas fotos de mulheres que tinham acabado de dar à luz sentadas em cadeiras de plástico, nos corredores da unidade. Em uma das imagens, uma mulher aparece no chão, sentada com um bebê. “É inaceitável que mulheres e bebês recém-nascidos sejam tratados dessa maneira. Se a maternidade não tem capacidade de atender a essa demanda, então ela precisa reconhecer isso e enviar essas mulheres para outra maternidade”, sentenciou.

Comissão de saúde da Câmara recebeu imagem denunciando situaçãoDivulgação

No início de fevereiro, O DIA já havia mostrado com exclusividade imagens de mães com recém-nascidos no colo, se recuperando do trabalho de parto, acomodadas em cadeiras de plástico no corredor do hospital. A matéria também citou a falta de profissionais no local. Na época, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que aquele fato era um pico de atendimento pontual muito comum no início do ano e que a falta de profissionais era uma lenda. Ele ainda deu um prazo de 60 dias para a entrega do CTI materno, que estava em obras.

Neste domingo, Carmen Athayde e Ana Dias, diretora e vice-diretora do hospital, respectivamente, explicaram que nos últimos três dias, a maternidade realizou mais de 40 internações e que algumas mulheres de fato ficaram sentadas no corredor, mas que elas estavam ‘bem’ e outras grávidas precisavam dar à luz. “Isso não acontece todos os dias. É apenas quando a demanda aumenta demais. Quanto ao CTI, ele foi reaberto dia 12 de março (antes do prazo) e está funcionando muito bem”, explicou Carmen Athayde.

Sobre a paciente sentada em um colchonete no chão, a diretora diz que desconhece o fato e promete uma sindicância. “Aquela sala é um local para relaxamento. Só mulheres que estão em trabalho de parto ficam ali. Não sei por que colocaram aquela mãe com bebê naquele espaço”, complementa Ana.

Na tarde deste domingo, uma equipe do DIA percorreu a maternidade. Diferente das imagens enviadas e como aconteceu em fevereiro, as cadeiras nos corredores estavam vazias e sobravam leitos. Grace Kelly Teixeira, que tinha acabado de dar à luz, foi só elogios. “Fui muito bem atendida aqui. A equipe é muito carinhosa”.

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