Rio - A fachada do imóvel de número 182 da Rua do Resende, no Centro do Rio, desabou no início da madrugada desta segunda-feira. Os destroços caíram na pista e interditaram a via até o fim do período. Dois postes e o sinal de trânsito no cruzamento com a Rua Tadeu Kosciusco caíram. Nenhum veículo ou pedestre passava pelo local no momento e não houve feridos. As 28 famílias que moram no prédio de número 192, porém, viveram mais um susto em apenas 25 dias. Em fevereiro eles tiveram que deixar o local, devido a rachaduras e estalos na edificação de três andares.
O casal Diego chaves, de 25 anos, e Mariana de Souza, 21, se preparava para dormir quando ambos ouviram um estrondo. "Estava vendo TV quando escutei um grito e o prédio tremeu. Chegamos na varanda e vimos aquela poeira subindo. Todos saíram do prédio. A sorte é que não tinha pedestre nem carro passado no momento", relembrou a estudante Mariana. Com medo, o casal acabou passando a noite na casa da mãe dela, também no Centro.
De acordo com estoquista Diego, o terreno da fachada que caiu está vazio, após uma obra de demolição de cerca de cinco meses. Durante o domingo, homens trabalharam na retirada de um arco de pedras da fachada. No momento do desabamento, dois caminhões da empresa responsável pela obra estavam no local. Os destroços chegaram a atingir os veículos, mas os motoristas conseguiram sair e deixar o local. Segundo moradores, não havia placas de identificação da obra (nome da empresa e do engenheiro responsável) na fachada da construção, como determina a lei.
"Aqui no prédio está todo mundo com medo. Em fevereiro tivemos que chamar a Defesa Civil devido a estalos no terreno do lado, onde será construído um hotel. Agora o desabamento dessa fachada, dois imóveis ao lado do nosso. Estou indo pra casa da minha sogra, mas tem gente que não tem para onde ir, que vai sair cedo para trabalhar e não vai conseguir dormir apreensivo. A Defesa Civil esteve aqui, não falou com a gente, não deu satisfação se há algum tipo de risco para o nosso prédio", protestou Diego. O edifício apresenta rachaduras há pelo menos oito meses, depois do início das obras no terreno ao lado para a construção de um hotel.
De acordo com o plantão da Defesa Civil, técnicos estiveram no local, constataram o desabamento, realizaram uma vistoria e interditaram o local. Eles devem retornar nesta manhã para fazer uma nova avaliação da situação nesta segunda-feira. Bombeiros do quartel Central também estiveram no local. Segundo a CET-Rio, após a retirada dos destroços da construção, a Rua do Resende foi liberada ao trânsito às 5h35.
Muro de cemitério também desaba
O temporal da noite de domingo provocou o desabamento de um trecho do muro do Cemitério Tanque do Anil, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Não houve feridos. A queda da construção e a grande quantidade de água chegou a arrastar ossos de cadáveres para a calçada e a pista da Rua Marechal Bento Manoel, na Vila Operária.