Rio - Um idoso de 86 anos foi preso quando sacava benefício previdenciário com documentos falsos. O homem, detido em uma agência bancária em Brás de Pina é acusado de cometer o crime desde 1994. De acordo com a Polícia Federal, o prejuízo total com a fraude pode ter causado rombo estimado em R$ 400 mil aos cofres públicos.
Natural de Recife (PE), Edson Mello da Silva se passava por outro beneficiário, Juan Pedro Canizares Martins, para sacar o dinheiro da aposentadoria. Segundo as investigações da PF, Juan Pedro morreu em 1993 e foi enterrado em Irajá.
Nas investigações, os policiais federais observaram um fato curioso: o idoso não possui os dedos polegar e indicador da mão direita, embora a identidade falsa que transportava possuísse a impressão digital do polegar direito. Ele responderá pelo crime de uso de documento falso, cuja pena varia de 2 a 6 anos e multa.
O idoso seria mais um estelionatário preso pelo golpe. Dados da Força Tarefa Previdenciária mostram que do início do ano até dia 30 de abril foram presas 36 pessoas. O prejuízo estimado com fraudes no INSS só em 2015 ultrapassa R$ 11,7 milhões.
Entre os presos neste ano, estão quatro servidores públicos que ajudaram na fraude. Dos 43 mandados de busca e apreensão, 12 foram expedidos contra funcionários do estado. Nos cinco meses de 2015, foram feitas seis ações conjuntas contra o crime. Em 2014, o prejuízo da Previdência foi de R$ 50 milhões.
PF fez 102 prisões de suspeitos de fraudar a Previdência ano passado
As 53 ações conjuntas feitas ano passado resultaram em 102 prisões. As fraudes se multiplicaram em dez anos. No ano de 2003 as ações conjuntas somaram 10 ações - sendo 5 operações e 5 flagrantes. Já em 2013 foram 56 ações conjuntas (31 operações e 25 flagrantes). O ano em que mais foram feitas ações conjuntas na série histórica foi em 2010, com 69.
O maior número de prisões nas ações da Força Tarefa Previdenciária ocorreu em 2009, quando 324 pessoas responderam por fraude, sendo 32 delas servidores públicos. De lá pra cá, esse número vem caindo, e 2013 terminou com 78 prisões, sendo 3 de funcionários.
Os mandados de busca e apreensão vêm diminuindo desde 2008, quando foram registrados 541. Em 2013, foram 219 — mais que em 2012 quando houve 154 mandados. No Estado do Rio, o último caso foi em dezembro de 2014, em Niterói. A quadrilha usava beneficiários fictícios, criados a partir de documentos falsos para obter benefícios de aposentadoria por tempo de contribuição.
A PF com a Assessoria de Pesquisas Estratégicas do Ministério da Previdência Social, deflagrou nova etapa da Operação Highlander para cumprir mandados de prisão.