Por daniela.lima

Rio - Acostumados ao entra-e-sai de armas, carros roubados e incursões policiais cada vez mais frequentes, moradores do condomínio Village Pavuna, no Chapadão, na Zona Norte, ainda precisam trabalhar muito para manter o custo de vida, considerado alto. Como O DIA mostrou nesta quinta-feira, o Comando Vermelho atua de forma ostensiva em todos os 23 blocos do condomínio de classe média, impondo o terror a mais de dez mil moradores. 

O poste na Rua Lenir Liberato da Silva%2C flagrado pelo DIA caído%3A Light e RioLuz dizem que não é delasBruno de Lima / Agência O Dia


Com aluguéis que giram em torno de R$ 400 e condomínios na faixa de R$ 200 para apartamentos de um quarto, sair do Village se tornou uma saga.

Com medo, muitos moradores relatam que o local, após figurar na lista das “24 áreas críticas do Complexo do Chapadão”, informada por policiais, já não recebe alguns serviços. “Tive a instalação de uma antena de TV a cabo negada outro dia. Em outra situação, uma pizzaria da Pavuna não quis fazer a entrega ao saber que moro no Village”, confessou uma moradora.

“No Gogó da Ema o tráfico ‘come solto’, mas ninguém paga luz ou condomínio. Enquanto isso, tenho que honrar meus pagamentos, se não, sou despejado. Mas não recebo nada em serviços e também convivo com barulho de tiro”, desabafava outro condômino, em caloroso debate nas redes sociais.

De fato, não tem sido fácil circular ou receber serviços públicos nos arredores do Complexo do Chapadão. Nesta quinta-feira moradores afirmavam que, há duas semanas, um poste de energia permanecia caído na Rua Lenir Liberato da Silva, Pavuna. Apesar das solicitações que disseram ter feito, o que se via era a circulação de veículos blindados da Polícia Militar.

Questionadas pela reportagem, a Light e RioLuz informaram que não são responsáveis pelo poste fotografado pelo DIA, mas reforçaram a necessidade de seguranca para o trabalho. 

Tráfico já domina até a garagem

A investida policial que apreendeu 15 veículos roubados, armas de grosso calibre e grande quantidade de drogas, anteotnem, no condomínio dominado pelo tráfico, foi contestada por moradores. “É um enxuga-gelo. Todo dia surgem carros novos. Já tem gente deixando o carro do lado de fora do condomínio para dar espaço ao tráfico”, esbravejava um morador, que disse temer o conflito no local. “Temos mulheres e crianças circulando”, argumentou. Ontem, a PM apreendeu uma pistola 9 mm, e 18 mais carros roubados.

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