Rio - Com mais de duas horas de atraso para início do julgamento do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, a primeira testemunha que depôs sobre as mortes durante rebelião em Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em 2002, Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, afirmou só estar vivo por causa de Beira-Mar.
"Só estou aqui porque o cara (Beira-Mar) não me fez nada. Nem um tapa eu levei. Tenho uma dívida moral com os meus irmãos que morreram", afirmou o traficante. Segundo ele, Beira-Mar só estava com um celular no dia dos assassinatos.
Após a declaração de Celsinho, que também afirmou que a "guerra" no presídio foi provocada por outro criminoso, Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, o julgamento, no Fórum do Rio, no Centro, entrou em recesso. Celsinho disse que o principal alvo era Uê.
Na volta, foi a vez do acusado, Fernandinho Beira-Mar, prestar depoimento. O traficante negou ter participação nas mortes e confirmou até ter sido "matuto" do tráfico, mas não incitou os assassinatos no presídio.
Nos bastidores, o comentário é que o julgamento dure de dois a três dias.
Confusão marca início do julgamento
Antes do início do julgamento, que estava previsto para às 13h, uma confusão marcou a entrada de familiares, estagiários de Direito e profissionais da imprensa no plenário do 1º Tribunal do Júri, no Fórum do Rio. Uma idosa chegou a passar mal e foi atendida no local.
Cerca de 100 pessoas, entre elas crianças, se aglomeraram no corredor do Fórum para entrar no plenário, no 9º andar. A confusão teve iniciou quando, na tentativa de se organizar a entrada no local, alguns tentaram passar na frente de outras pessoas. A segurança do Tribunal de Justiça conteve os mais exaltados. Familiares reclamaram do calor e da falta de ar-condicionado no corredor.
Beira-Mar: Confusão e empurra-empurra marcam entrada em plenário