Rio - Cerca de 70 mototaxistas estenderam uma faixa de luto na Rua São Carlos, em frente ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) neste sábado e prometem novos protestos no decorrer do dia. "Saudades eternas. Ramon e Rodrigo. Paz", dizia a faixa que homenageava os dois mototaxistas mortos no Complexo na noite desta quinta-feira. Mototaxistas farão um buzinaço às 15h do Estácio ao Cemitério do Catumbi, onde os corpos serão enterrados às 16h.
'Matam o cidadão de bem e jogam o corpo no mato, como lixo', diz irmã
De acordo com a moradora Daniele Marinho, de 36 anos, e vizinha de Ramon, a polícia "derramou sangue de pessoas inocentes". "Os meninos eram do bem nem todo mundo que mora em morro ou trabalha em mototáxi é vagabundo", disse.
"Testemunhas disseram que os policiais que mataram os dois jovens, primeiro quebraram o pescoço deles, deram tiros e depois facadas" "Foi muita crueldade. A gente vai protestar para provar que eles eram inocentes", afirmou Daniele.
Segundo ela, que é dona de uma loja de móveis na comunidade, o comércio ficou fechado nesta sexta-feira, mas irá funcionar normalmente neste sábado. O clima, por enquanto, é de tranquilidade no local. Duas viaturas da PM estão no entorno da comunidade.
Moradores estão inconformados com o caso e afirmam que as mortes dos mototaxistas da região foram represália do Batalhão de Operações Especiais (Bope) pelo ataque a um PM, baleado um dia antes, durante ação dos policiais no local.
Na manhã desta sexta-feira, dois coletivos foram incendiados em uma manifestação, um no Largo do Estácio, nas proximidades do Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) e da estação de metrô e outro no Rio Comprido.