Por nicolas.satriano

Rio - Os parentes de detentos de presídios do Rio vão ficar livres das revistas íntimas, consideradas humilhantes. Nesta quarta-feira, os deputados da Assembleia Legislativa derrubaram veto do governador Luiz Fernando Pezão a projetos de lei que tornam as revistas mecânicas, com uso de scarnners corporais. Agora, o governador terá 48 horas para promulgar a nova lei. Caso contrário, a própria Alerj o fará, como determina a legislação.

Os projetos são de autoria dos deputados Jorge Picciani (PMDB), presidente da Alerj, e Marcelo Freixo (PSol). Em reunião do colégio de líderes, os deputados decidiram custear a compra dos 33 scanners necessários, avaliados em R$ 19 milhões pela Secretaria de Administração Penitenciária, que ficará responsável pela aquisição, por licitação.

“Tomamos diversas medidas para economizar os nossos gastos, então poderemos arcar com esse investimento que vai beneficiar os visitantes dos presos”, afirmou Picciani.

Pezão vetou os projetos baseado em alerta do Ministério Público do Rio de que "nem todos os objetos, dentre os quais as armas de imenso potencial lesivo, são detectados pelos equipamentos de segurança das unidades prisionais". No entanto, apesar do veto, a proposta foi defendida pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, afirmando que o fim da revista íntima constitui avanço no tratamento à população carcerária e de seus familiares, colocando o Rio em acordo com o parâmetros internacionais.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Marcelo Freixo, a medida é histórica. “Pela primeira vez presídio vira notícia sem ser em rebelião e fuga. Familiar de preso não cometeu crime nenhum e quem critica a medida não tem a mãe nua abaixando três vezes na frente de um estranho. A família é fundamental para recuperar um preso”, destacou o deputado.

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