Por nicolas.satriano

Rio - A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital deve fazer uma reconstituição para esclarecer a morte dos dois jovens durante operação da Polícia Civil, no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, terça-feira. Segundo o delegado Rivaldo Barbosa, após o término dos depoimentos, a equipe de investigadores vai verificar a necessidade da diligência.

Ontem, parentes das vítimas estiveram na especializada, mas não conseguiram prestar depoimento. A entrevista foi adiada para a semana que vem. Segundo contaram, o impedimento aconteceu por causa da prisão do menor que teria participado do assalto e morte do médico, na Lagoa, não havia profissionais disponíveis para atendê-los ontem.

Mães das vítimas foram à DH ontem%2C mas não conseguiram deporDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

A única a fornecer informações foi Eliane da Silva Simplício, de 43 anos, mãe de Gilson da Silva dos Santos, de 12. Ela alegou que o filho foi vítima de uma barbárie. E também refutou a versão do policial civil, que confessou ter atirado em ambos, de que os jovens estariam armados. “Não acredito em nada disso. Meu filho era de bem, tranquilo. Saiu de casa para comprar pão”, afirmou Eliane.

As famílias contaram ainda que as armas encontradas no local, duas pistolas, estavam dentro do forno de pão da padaria, e não pertencia às vítimas. As armas, assim como as dos policiais, foram apreendidas e passarão por análise.

Já a mãe de Wanderson Jesus Martins, 23, a cuidadora de idosos Maria Aparecida de Jesus Melo, pediu que o governador Luiz Fernando Pezão e o secretário de segurança José Mariano Beltrame a recebessem para uma reunião. “Quero saber deles como vai ficar a situação do meu neto. Ele tem 4 anos e dependia do pai para seu sustento”, desabafou.

Segundo testemunhas, Gilson e Wanderson teriam se assustado com tiros durante a operação e correram para buscar abrigo em uma padaria. Na ocasião, testemunhas contaram que policiais entraram no local e atiraram contra os dois.

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