Por nicolas.satriano

Rio - Maria Aparecida de Jesus Mello, mãe do pescador Wanderson Jesus Martins, 23, assassinado no Morro do Dendê na última terça-feira durante uma operação da Polícia Civil, pediu ontem que a justiça seja feita o mais rápido possível para provar que o filho era inocente. Ela e parentes de Gilson da Silva dos Santos, 12, também morto na ação policial, se encontraram com o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), que garantiu que a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Alerj vai encaminhar o caso para a Defensoria Pública e assegurar que os parentes das vítimas tenham acompanhamento psicológico.

“Agentes do Estado destroçaram essas famílias. O mínimo que podemos fazer é assisti-las”, afirmou Freixo. Estava presente também o professor Ignácio Cano, representante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos.

Marcelo Freixo disse que parentes terão acompanhamento psicológicoSeverino Silva / Agência O Dia

“Só quero provar que meu filho era inocente. Era um trabalhador que só pensava no filho e não tinha nada a ver com o tráfico”, disse. A preocupação agora é com o neto de apenas 4 anos, filho da vítima. “Ele soube da morte quando estava na escola e ficou desesperado. Explicamos que o pai dele está no céu”, contou.

Mãe de Gilson, Eliane da Silva Simplício disse que o filho era uma criança brincalhona, que tinha o sonho de conhecer os Estados Unidos. “Eu dizia que precisava estudar muito para isso e ele se esforçava”, afirmou. Eliane disse ainda que não sabia o quanto era querido Gilson até o dia do enterro. "Teve criança pulando o muro da escola para ir", lembrou.

Na próxima quarta-feira, os parentes serão ouvidos pela Delegacia de Homicídios e pela Defensoria Pública. Ontem eles fizeram um protesto na comunidade.

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