Rio - O delegado delegado titular da Divisão de Homicídios da Capital (DH), Rivaldo Barbosa, deu como encerrada, nesta quinta-feira, a investigação do assassinato do médico Jaime Gold. De acordo com o delegado, o depoimento de Y, de 15 anos, apreendido nesta quarta-feira, onde o menor confessou participação no crime, e o de uma testemunha que viu X, de 16 anos, esfaquear o médico são provas suficientes para a resolução do caso, ocorrido na Zona Sul da cidade, na última semana.
"Em depoimento, este adolescente confirma, inclusive, informações que estão no laudo de necrópsia, como o número de facadas que o médico levou'", revelou Rivaldo Barbosa, em entrevista à rádio CBN.
Ainda segundo ele, está comprovado que foram os dois menores que mataram o médico. "Para a Divisão de Homicídios, nós não temos sombra de dúvidas de que foram os dois adolescentes que efetivamente abordaram o médico, levaram seus pertences, dentre eles a bicicleta, e que mataram o médico. Então, eles foram apreendidos, levados agora ao Ministério Público para que sejam julgados", disse.
"‘Vamos lá? Eu estou com você, mas você tem que pagar pelo que fez". Foi assim que a mãe do menor Y. convenceu o filho a confessar à polícia o crime que cometeu contra o médico Jaime Gold, semana passada, na Lagoa. Segundo a polícia, ele e o adolescente X. — já apreendido — roubaram a bicicleta da vítima e X. a esfaqueou. Para a polícia, a ajuda das mães dos dois suspeitos foi fundamental para elucidar o assassinato de Gold.
A mãe de Y. recebeu o filho em sua casa, em São João de Meriti, quando o jovem ligou para ela pedindo ajuda para se esconder da polícia. Após a apreensão de X., semana passada, Y. ficou com medo e fugiu do Jacarezinho, onde vivia com a avó. Ele já havia cumprido medida socioeducativa por 45 dias e tinha cinco passagens anteriores pela polícia. A mãe convenceu o filho a se entregar e chamou a Secretaria de Desenvolvimento Social. Ontem à tarde, agentes da Delegacia de Homicídios (DH) foram à casa e levaram o menor.
“Quero ressaltar a importância dessa mãe. Uma mulher de fibra, coragem, e que apresentou seu próprio filho para que ele pague pelo crime”, ressaltou a delegada Patrícia Aguiar. A mãe de X., também o acompanhou quando ele foi apreendido e disse à polícia que não confiava mais no filho porque ele mentia muito.
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Aos policiais, Y. disse nesta quarta-feira que o roubo ao médico foi seu segundo crime. O primeiro, teria ocorrido no Aterro do Flamengo. Nas duas vezes, o convite teria partido do adolescente X, à quem atribuiu as três facadas que mataram Gold. Os ferimentos foram feitos porque, depois da abordagem, o médico desceu da bicicleta para entregá-la, mas os suspeitos acharam que ele iria reagir ao assalto.
A participação de Y., segundo ele próprio, foi na abordagem e quando se desfez da arma do crime ensanguentada, jogando-a no Rio Maracanã durante o trajeto de volta para casa. A bicicleta roubada fora revendida por R$ 1.700. O menor contou que pedalaram meia hora até a Lagoa e que estava sentado no quadro da bicicleta, de costas para a via. Por esse motivo, a testemunha do crime não viu seu rosto.
Advogado de Y., Rodrigo Mondego disse que o menor está com medo de X., e que vai pedir ao juiz para que seu cliente não seja levado para a mesma unidade que ele.
A mãe de Y. disse que o fiho era bom aluno até os 13 anos, quando foi morar na rua. Ela teria pedido a vários órgãos, mas não conseguiu fazê-lo voltar para casa.
Ontem, um homem foi esfaqueado na mão em passerela em Gardênia Azul, durante tentativa de assalto.