Rio - O estudante Pedro Arthur Britto Santa Cruz, de 18 anos, que foi esfaqueado durante um assalto no último sábado, deixou na terça-feira o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. No início da manhã desta quarta, ele usou sua rede social para afirmar que sente "compaixão" de Michael Douglas Gonçalves da Silva, de 19, autor dos golpes que feriram o jovem dentro de um vagão do trem na SuperVia.

"Sobre ele (Michael Douglas), apenas sinto compaixão. Afinal de contas, é apenas um ano mais velho e não tem, nem teve minhas oportunidades e perspectivas", disse.
Pedro estava dentro do vagão, na Estação Quintino, quando Michael Douglas, conhecido como MK, tomou seu celular e o golpeou. O estudante agradeceu as pessoas que lhe salvaram após ser ferido pelo criminoso. "(Obrigado) Aos meus heróis, pessoas que não sei o nome. A senhora que devo ter quebrado a mão, o rapaz do que estancou meu sangue, os que ajudaram a me carregar até o hospital", diz.
Preso na manhã de terça, na casa da avó, em Comendador Soares, Michael Douglas, conhecido como MK, já tinha quatro passagens pela polícia. A primeira ele tinha 17 anos, quando foi apreendido por roubo. A última foi em julho do ano passado, por tentativa de furto. Ele foi solto em novembro. Michael vai responder por tentativa de latrocínio e pode pegar até 15 anos de prisão, caso seja condenado.

O histórico familiar do preso também é ligado ao crime. O pai de MK é falecido, mas teve passagem por tráfico. Dois tios, também mortos, foram presos por receptação e lesão corporal. Além disso, um outro tio já foi detido por violência doméstica.
"Não é um caso só de polícia, é uma questão social. Pois não há uma estrutura familiar", declarou a delegada da 24ªDP (Piedade), Cristiane Almeida.