Por paulo.gomes

Rio - Aproximadamente 500 pessoas, entre funcionários, alunos e professores da Uerj, participaram nesta quarta-feira de um abraço simbólico ao prédio da universidade, no Maracanã, na Zona Norte. De acordo com uma das organizadoras do ato, a professora de Educação Física, Tatiane Alves, afirmou que o objetivo é pedir o fim da violência.

GALERIA: Manhã de manifestações na Uerj

"A nossa reivindicação é que seja feita a discussão para as nossas propostas que é garantir o orçamento da universidade, uma melhor infraestrutura. Mas isso tudo é para ser discutido internamente, sem violência e que possamos trabalhar em paz".

Professores%2C alunos e funcionários realizaram nesta quarta-feira um abraço simbólico ao prédio da UerjSeverino Silva / Agência O Dia

Ao mesmo tempo, um outro grupo de estudantes realizavam outra manifestação, mas contra a reitoria da universidade. Os manifestantes exibiram faixas e sujaram seus corpos com sangue cenográfico. "Esse contra ato é para protestar contra o espancamento dos estudantes que se manifestaram na semana passada e para pedir a saída do reitor (Ricardo Vieiralves)", disse Jonatas Puga, aluno de Artes Visuais.

Jonatas disse que nesta quarta seria realizado um conselho na Uerj para debater de depredamento na universidade, semana passada. O aluno acusou o reitor Ricardo Vieiralves de cancelar o debate de forma arbitrária. "O reitor acha que a universidade se restringe ao campus e não entende o papel da universidade fora", afirma.

Na última quinta-feira, durante assembleia que acontecia no Campus Maracanã, alunos e pessoas que protestavam contra a demolição de imóveis na Favela do Metrô, na Mangueira, promoveram um quebra-quebra na Uerj. O acesso ao Pavilhão João Lyra Filho foi destruído por pedras e bombas.

Um grupo de alunos realizou um protesto paralelo pedindo a saída do reitor Ricardo VieiralvesSeverino Silva / Agência O Dia

A Polícia Civil já identificou 12 pessoas que participaram do ato de vandalismo na Uerj. Elas foram identificadas através de imagens fornecidas pela instituição e através do depoimento de testemunhas.

Segundo o delegado titular da 18ªDP (Praça da Bandeira), Marcus Neves, elas irão responder por dano ao patrimônio público, associação criminosa e lesão corporal. Juntas, as penas podem chegar a 15 anos de prisão.

Além do abraço, os manifestantes levaram cartazes com dizeres: “A Uerj é nossa. Vamos cuidar para que seja cada vez melhor. Destruir não. Ninguém destrói sua casa. Diálogo sim!

De acordo com Tatiane Alves, professora de Educação Física e líder do movimento “Somos todos Uerj”, o objetivo da manifestação era a defesa do diálogo. “Queremos que nossas reivindicações sejam discutidas sem brigas e depredações", ressaltou a docente. “Recebemos mais de duas mil mensagens de apoio e coletamos doações para fazer as faixas e os adesivos”, acrescentou.

Aluna do curso de Letras, Andressa Santos, 21 anos, concordou com o movimento. “Não podem destruir um patrimônio público, como a universidade. Nós pagamos tudo isso aqui através dos impostos”, observou.
Marcos Fernandes, professor de Oceanografia da Uerj há 22 anos, disse que democracia não se conquista com quebra-quebra. “É através do embate das ideias que vamos mudar nossa situação aqui. Não podemos impor uma pauta na marra. A violência não pode tomar conta do campus”, destacou.



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