Por adriano.araujo

Rio - Com a nova bomba que reabriu o caso Amarildo envolvendo policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que foram filmados deixando a Rocinha no dia do desaparecimento do pedreiro, em julho de 2013, com um volume não identificado dentro de uma caminhonete, o governador Luiz Fernando Pezão disse que o estado vai colaborar com as investigações. Os PMs já foram afastados de suas funções.

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"Eu acho que o Ministério Público está fazendo o seu papel. Nós não vamos nos furtar de dar nenhuma informação. É importante registrar que tem hoje 12 PM presos do caso Amarildo. A Justiça está tendo toda liberdade. A gente vai atender a tudo que a Justiça determinar. Ela é soberana e temos que nos ater a Justiça.", disse.

"Não vamos nos furtar de dar nenhuma informação"%2C disse Pezão nova reviravolta no caso AmarildoBruno de Lima / Agência O Dia

Segundo Pezão, a presença do aparato do estado dentro da Rocinha possibilitou a prisão de policiais durante a investigação. "É importante ressaltar que foram as câmeras que colocamos dentro da Rocinha que possibilitaram fazer essas investigações, desde a primeira vez. Hoje a Delegacia de Homicídios poder entrar dentro da Rocinha como entra no Alemão e entra em outras comunidades hoje e desvendar as autorias dos crimes. Isso era impossível antes de 2007 no Rio de Janeiro, entrar policiais para fazer reconstituições de crime", falou.

O governador defendeu a PM e disse que toda corporação não pode ser julgada pelos crimes de alguns. "Tem maus policiais, mas não podemos julgar 60 mil policiais militares e civis por desvio de 8, de 10, de 12. Se teve um governo que cortou na própria carne foi o nosso. A gente cortou mais de 1.900, chegamos a quase 2 mil policiais nesses 8 anos e 6 meses. Nós não compactuamos com o erro."

'Crime tenta se estabelecer sempre', diz Pezão sobre casos de violência em UPPs

?Sobre os recentes casos de violência em Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), Pezão atribuiu a insistência dos criminosos em permanecerem nas comunidades pacificadas. Na noite desta terça-feira, um homem foi morto no Chapéu Mangueira e uma mulher foi atingida dentro de casa por um tiro na cabeça que teria partido do Morro dos Macacos. Na tarde desta quarta-feira, um PM e dois moradores foram baleados no Morro São Carlos.

"Foram comunidades que ficaram conflagradas por muitos anos e o tráfico tenta se estabelecer sempre. A gente tem tido diversas prisões. Eles têm se deslocado e a gente prende, né? É uma luta diária. Mas nós não vamos recuar em nenhum momento. A gente sabe que infelizmente que enquanto tiver consumidor vai ter fornecedor de droga e vai ter disputa pelos pontos de controle", disse.

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