Rio - Uma operação realizada por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE) prendeu, na madrugada desta quinta-feira, dois homens que comandavam milícias em regiões da Zona Norte e Oeste da cidade. Um deles, ex-policial militar, era conhecido pela forma cruel que tratava os moradores que contrariavam determinações feitas pelo seu bando: torturava e matava desafetos.
Em Jacarepaguá, no início da madrugada, os policiais prenderam o ex-policial militar Roberto Ramos dos Santos Junior, conhecido como “Betinho” e apontado como líder da milícia que atua na Comunidade Vila Sapê, em Curicica, na Zona Oeste. Segundo a Draco, ele estava dentro de um bar no bairro e estava com duas pistolas, quatro carregadores e 63 munições.
O chefe da milícia na região é conhecido pelo sua forma cruel de atuar. Ele é acusado de aterrorizar, torturar e assassinar moradores da comunidade. Ele foi expulso da PM em 2009 após ser comprovada sua atuação como miliciano. No mesmo ano, também foi expedido um mandado de prisão por homicídio qualificado que estava em aberto. Ele é acusado de matar uma pessoa com vários tiros no rosto e ter atingido um morador da localidade.
Também é investigado o envolvimento de Betinho com ameaças e extorsões feitas a moradores do condomínio Parque Carioca, em Curicica, que faz parte do programa 'Minha Casa Minha Vida'. No conjunto vivem mais de mil pessoas. Entre os negócios ilegais que Betinho atuaria estão as cobranças de taxas de segurança, tráfico de drogas, exploração clandestina de transporte alternativo e comércio ilegal de gás de cozinha.
Já Edmilson Gomes, conhecido como "Junior Macaquinho", é um dos líderes da milícia que atua nas Comunidades do Campinho e Fubá, na Zona Norte. Ele tinha um mandado de prisão expedido pela Vara de Execuções Penais depois de fugir durante o cumprimento do regime semiaberto.
Em 2012 ele foi condenado pela prática dos crimes de quadrilha armada e porte ilegal de arma. Ele também é acusado de efetuar cobrança de taxas de segurança, distribuição ilícita de sinal de TV a cabo, exploração clandestina de transporte alternativo e agiotagem nas regiões em que o seu grupo miliciano atua.