Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) abriu um inquérito civil para apurar se a Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, oferece condições de segurança para receber crianças e adolescentes. A instauração do procedimento acontece depois que uma criança de 4 anos caiu de uma altura de aproximadamente cinco metros durante o espetáculo de dança japonesa "Fujima Kanjuro", no último sábado. Também será investigada se a casa tinha autorização para permitir a entrada do público infanto-juvenil.
De acordo com o MP, a criança caiu no fosso que fica embaixo do palco. Não há informações sobre o seu estado de saúde. Além da existência do alvará judicial permitindo a entrada e permanência de crianças e adolescentes no espetáculo, também será verificado se o local oferecia condições de segurança para eles.
A denúncia foi recebida pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude (CAOPJIJ) através de uma testemunha e encaminhou uma representação à 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e da Juventude da Capital.
O promotor de Justiça João Carlos Mendes de Abreu, titular da 1ª Promotoria, encaminhou ofício para o setor de Diversão Pública da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital pedindo a tomada das providências necessárias. Também será investigado junto ao Corpo de Bombeiros se a Cidade das Artes possui certificado para a realização de espetáculos, assim como a realização de uma vistoria para averiguar as condições de segurança do local.
Procurada, a Cidade das Artes ainda não se pronunciou sobre o assunto. O espetáculo é realizado pelo coreógrafo Fujima Kanjuro III, um dos mais importantes nomes da dança japonesa, que no palco tem o apoio de sete bailarinos e doze músicos comandados pelo maestro Isoichiro Yoshimura. A classificação etária é livre, de acordo com a o site da Fundação Cidade das Artes. No mesmo dia em que a criança se acidentou, o coreógrafo realizou um workshop, onde Fujima compartilhou com o público o seu processo criativo e algumas de suas técnicas.