Por paulo.gomes

Rio - Quatro integrantes de uma quadrilha especializada em roubo de cargas foram presos nesta segunda-feira, durante operação da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). Paulo Henrique Batista Franco, Diego Borges dos Reis, Rian Assis da Silva Rocha e Ronaldo da Conceição fazem parte de um grupo que fatura aproximadamente R$ 400 mil por cada roubo. Segundo as investigações da Polícia Civil, os bandidos realizaram 40 assaltos nos últimos seis meses.

A atuação do grupo acontecia na Avenida Brasil. A carga roubada, geralmente caminhões com cigarros, cerveja e eletrodomésticos, entra levada para o interior da favela Kelson´s, na Penha. Depois, o material era distribuído nas comunidades da Vila Cruzeiro e Cidade Alta.

Diego Borges, um dos presos nesta manhã, é irmão do traficante conhecido como "Coruja", chefe do tráfico na Vila Cruzeiro. As investigações apontam forte influencia do tráfico de drogas nos roubos de carga no Rio de Janeiro. "A operação visa prender ladrões de carga e traficantes de drogas, que auxiliam nos roubos. Seja no apoio logístico, seja no apoio para o fornecimento de local para o transbordo e também no fornecimento de armas", diz Marcelo Martins, delegado da DRFC.

"O tráfico auxilia o roubo de carga hoje no Rio de Janeiro. Então, nós já detectamos que são jovens de 17 a 25 anos de comunidades onde têm tráfico. Então esse é hoje o ladrão de carga do Rio de Janeiro", afirma Ronaldo Oliveira, diretor do Departamento de Polícia Especializada (DGPE).

A próxima etapa da investigação é identificar quem são os receptores dessas cargas. Segundo a polícia, alguns comerciantes compram os produtos com até a metade do preço. "O ladrão de carga ele só trabalha porque, infelizmente, há maus comerciantes que compram essa carga", diz Marcelo Martins.

Além dos quatro presos, mais dois mandados de prisão foram cumpridos contra traficantes que já estão presos. A operação tinha como objetivo cumprir 12 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão. Com os bandidos, os policiais apreenderam uma espingarda e dois revólveres.

Por conta da operação, 11 escolas, dois Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI's) e duas creches estão fechadas no Complexo da Penha e no Kelson's. Com isso, segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME), 3.861 alunos não tiveram aula nesta segunda-feira. A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) afirmou que suas unidades estão funcionando normalmente.

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