Por felipe.martins

Rio - Fã de verdade é aquele persistente, que não desmorona nem mesmo quando precisa ficar sob uma ‘lua’ de 40 graus ou empacado na fila da condução. Às 14h08, os portões foram abertos, e a correria foi intensa. Vencedor dessa maratona e primeiro a chegar à grade, bem pertinho do Palco Mundo, o paulistano Rodrigo Coletto, de 26 anos, veio preparado. Não saio daqui nem pra fazer xixi”, argumenta o rapaz. “Para assistir ao Queen de pertinho, tudo vale a pena.”

Para amenizar o calor, um climatizador foi instalado no meio da Cidade do Rock. O público se esbaldou. “Está quente demais aqui. Esse climatizador está salvando a gente. Não estou nem ligando de ter borrado a maquiagem”, entregou Karen Adriane Navarro, de 20 anos. A estudante Victória Motta, 20, acrescenta: “Esse é o meu terceiro Rock in Rio. Essa água constante ajuda a diminuir essa sensação térmica. Parece o inferno”.

Ônibus cheios%2C plataformas apinhadas e filas demoradas foram entraves no primeiro dia de Rock in RioFoto de leitor

Inferno também estava o Terminal Alvorada, ‘hub’ de linhas que vinham do Rio inteiro e faziam conexão com O BRT especial até a Cidade do Rock. No fim da tarde, a estação estava apinhada de gente, e bronca constante era ter de passar por duas longas filas — uma para comprar, outra para embarcar.

O professor de Matemática Rafael Ferarra reclamou nas redes sociais. “Está caótico! Perco até uma hora em cada fila em um subsolo apertado não refrigerado! Criar um único ponto de saída para 75 mil pessoas é muita burrice!”, desabafou. O Consórcio BRT prometeu dobrar o número de catracas e reforçar o número de controladores hoje.

Por volta das 19h, a Polícia Civil registrava seis ocorrências. Foram três apreensões de material ilegal, lesão corporal de um homem que agrediu um funcionário, um desacato a autoridade e um furto. “A nossa segurança está bastante reforçada. Aconselho que os participantes coloquem celular e carteira no bolso da frente”, aconselha Paulo Passos, coordenador da Polícia Civil do Rock in Rio. 

Brinquedos agradam, preços das comidas e bebidas assustam

Mais uma vez, a tirolesa foi um dos brinquedos mais disputados. Tanto que 40 minutos depois que os portões se abriram, já não era mais possível se cadastrar para deslizar. Mesmo assim, o público ficou satisfeito com a organização. “Foi muito prático. Chegamos, entramos numa fila bem rapidinha e pegamos a pulseirinha. O lance agora é a galera entender que para andar tem que chegar cedo”, avalia a psicóloga Tamara dos Santos, de 29 anos. Já na montanha-russa e na roda-gigante houve reclamações pela demora. “Sei que tem que ter paciência, mas acho que eles tinham que ter planejado melhor”, criticou Sonia da Silva.

Estouro da boiada%3A às 14h08%2C portões da Cidade do Rock foram enfim abertos%2C para alegria dos ‘fãzocas’%2C a maioria do QueenErnestto Carriço

Já o recorde de reclamações ficou por conta do preço da comida. "Gente, eu vi uma pipoca pequena que custava R$ 12. Meu namorado desembolsou R$ 10 para comprar um chope. Está um absurdo”, reclama a estudante petropolitana Raquel Neves, 20 anos. Para tentar economizar, Neuza de Jesus, 52 anos, improvisou um lanche. “Eu trouxe sanduíches e biscoitinhos. Mas tive que comprar um refrigerante para não ficar entalada. Gastei R$ 7 em um copinho que em um mundo real não pagaria mais do que R$ 2”, comparou.

Para quem vai neste sábado ao festival, uma alternativa à linha do Alvorada é pegar o BRT ‘normal’ em direção ao Rio 2 e ir andando. A distância a pé é maior, mas os ônibus saíam com mais fluidez.

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