Por tiago.frederico
Rio - Milton Severiano Vieira, o Miltinho da Van, irá a júri popular. Acusado da morte da funkeira Cícera Alvez de Sena, a Amanda de Bueno, de 29 anos, em abril deste ano, ele responderá por homicídio duplamente qualificado (feminicídio e asfixia), além dos crimes de roubo com uso de arma de fogo, posse ilegal de arma e condução de veículo sob efeito de álcool ou drogas.
Miltinho da VanOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Segundo o juiz responsável pela decisão, Alexandre Guimarães Gavião Pinto, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, caberá ao Tribunal do Júri avaliar a ocorrência do crime. “O delito aqui tratado ocorreu contra vítima mulher, supostamente por razão da sua condição de sexo feminino, no âmbito da relação doméstica com o acusado”, lembrou. Ainda não há data prevista para o julgamento e cabe recurso da sentença.

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Amanda foi assassinada de forma brutal por Milton no quintal da casa onde ela vivia com ele em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no dia 16 de abril. Ele agrediu a vítima e atirou friamente contra ela, efetuando cinco disparos. Imagens do circuito interno chegaram a flagrar a ação do acusado.

Horas antes de morrer, Amanda Bueno ainda chegou a enviar mensagens por um aplicativo de celular para a mãe. No áudio, ela dizia que voltaria para Goiânia (GO) no último sábado e se mostrava bastante nervosa: "Tá mãe, tá decidido. Eu tô indo embora de manhã pra depois. Tá bom?". 

"Mãe, tem certas coisas que a gente tem que conversar só pelo telefone, não pelo WhatsAppp", disse a funkeira, se mostrando preocupada. Ainda assim, ela não quis dizer o motivo: "Oh mãe, eu nem vou te falar o que aconteceu, mas eu tô indo embora. Mãe, não viaja, por favor. Eu vou chegar em casa até sábado".

Em seu último contato com a família antes de morrer, conforme mostrou a TV Anhanguera, ela apenas pediu à mãe que não viajasse: "Mãe, por favor, não viaja não que eu preciso chegar em casa e te dar um abraço, mãe".