Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Ampliar a oferta e a qualidade de saúde em todo o estado: este é o título de matéria publicada, em 22 de outubro do ano passado, no site do então candidato ao governo do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão. Em plena campanha eleitoral, a reportagem revelava um estado — rico e poderoso — que se comprometia com a Saúde e prometia muito, muito mais. 
Além de destacar investimentos na ordem de R$ 20 bilhões, durante os últimos sete anos, a matéria afirmava que “O estado ainda vai ganhar novos hospitais. Serão construídos uma unidade de alta complexidade, no Médio Paraíba, e um hospital oncológico, na Região Serrana. São Gonçalo também vai receber o Hospital da Mãe, e o Município de Queimados, uma unidade de Cardiologia. O Hospital do Cérebro também será ampliado, e uma nova unidade hospitalar será erguida onde funcionava o Hospital Olivério Kremer, em Padre Miguel.
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O Rio Imagem, no Centro, referência em tecnologia de exames, vai ganhar uma nova sede em Niterói, além de outras unidades de exames de imagem em Nova Iguaçu e Caxias. As unidades móveis de diagnóstico também receberão novos equipamentos, incluindo os destinados às mamografias e à identificação do câncer de próstata”. (texto na íntegra em http://lfpezao.oswodens.com.br/noticia/saude-para-todos).
Parece piada, não? É ultrajante reler hoje este texto. Um ano depois, assistimos perplexos a uma crise — uma das piores — sem precedentes. Cidadãos morrendo sem atendimento médico. Consultas, exames, cirurgias e tratamentos sendo suspensos. Nas palavras do presidente do Conselho Regional de Medicina, Pablo Vázquez, “uma situação criminosa”.
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Na terça, o governador informou que precisa de R$ 350 milhões para reabrir todas as emergências de hospitais estaduais que estão fechadas por problemas no pagamento dos salários de funcionários e por falta de insumo. Não há recursos? Cadê o estado rico e poderoso do ano passado? Culpa do petróleo? Onde estava a equipe de planejamento, de transição do governo? Ah, era o mesmo governo. Entendi...
Como parte da população, estou sem palavras para descrever tamanha irresponsabilidade. É um sentimento de completa revolta. A virada do ano que chega é muito triste. Pelo andar da carruagem, o quadro ainda vai piorar.
Marcus Tavares é professor e jornalista